Em reunião com governadores na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente Michel Temer (PMDB) manteve a ofensiva dos últimos dias em defesa das reformas da Previdência e trabalhista.

O peemedebista afirmou nesta terça-feira (24) que passou a governar o País em um momento “delicado” e que as mudanças são necessárias. “Para consertar, é preciso medidas às vezes chamadas impopulares, porque nós nos recusamos às medidas populistas”, disse. “Medida populista é aquela irresponsável.

Ela é aplaudida amanhã, mas causa um prejuízo depois de amanhã.” LEIA TAMBÉM » Paulo Câmara destoa da bancada e defende a reforma da Previdência com diálogo » Após fechar questão contra reformas, PSB libera bancada em requerimento » Câmara dos Deputados também começa discussão da reforma da Previdência » Temer vai exonerar ministros para votar na Previdência Temer foi alvo de críticas de governadores como o pernambucano Paulo Câmara (PSB), que acusou no mês passado a União de não dialogar com os Estados, após a retirada dos servidores estaduais e municipais da reforma da Previdência.

Agora, enfatizou as mudanças feitas pelo relator do projeto na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA) - “Amenizou enormemente aquele projeto inaugural”, disse. “Não há mais razão, penso eu, para que se diga que não se deve aprovar a reforma da Previdência”, opinou, afirmando ainda que são ditas “inverdades” sobre o sistema de aposentadoria.

Paulo Câmara Antes da reunião com Temer, Paulo Câmara divulgou uma nota através da sua assessoria de imprensa afirmando que a posição do PSB de fechar questão contra as reformas foi “precipitada”. “É muito importante ter ainda condições de dialogar mais”, disse depois do encontro com o peemedebista, de onde saiu defendendo a necessidade de fazer as mudanças no sistema de aposentadoria “sem prejudicar direitos, as classes mais vulneráveis, principalmente os trabalhadores da região Nordeste”. » Após PSB ficar contra reformas, Raul Henry reafirma posição em defesa de Temer » Juízes dizem que reforma visa criar ‘negócios’ para previdência privada » Mesmo com mudanças, reforma da Previdência ainda é desafio para governo » Com plenário vazio, comissão conclui leitura de texto da reforma da Previdência Esta tarde, durante a votação da reforma trabalhista, o racha no PSB ficou mais evidente.

Um dia depois de se posicionar contra as mudanças, a líder do partido na Câmara, Tereza Cristina (MS), interveio na orientação da bancada na votação de um requerimento para retirar o projeto da pauta e liberou os dois deputados a votar como preferissem - Fabio Garcia (MT), favorável à reforma, e Danilo Cabral (PE), contrário.