Por Giovanni Sandes, na Pinga-Fogo As reformas do presidente Michel Temer (PMDB) colocaram em polos opostos, quando o assunto são as medidas em tramitação no Congresso, o partido do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e o grupo de seu vice-governador, Raul Henry, que preside o PMDB estadual e tem a seu lado o deputado federal Jarbas Vasconcelos.

Um dia após o PSB, do qual Paulo Câmara é vice-presidente nacional, fechar questão contra as reformas, o vice-governador Raul Henry, que é também secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e presidente estadual do PMDB, reafirmou nesta terça (25) a defesa de Temer.

Para evitar constrangimento, o próprio Paulo Câmara divulgou nota discordando do PSB.

LEIA TAMBÉM » Paulo Câmara destoa da bancada e defende a reforma da Previdência com diálogo » Paulo Câmara almoça com Temer e Maia para discutir reformas » Temer vai exonerar ministros para votar na Previdência O PSB fechou questão contra a reforma da Presidência depois de um racha interno da legenda, em uma reunião apenas dois dias antes de uma nova visita de Temer a Pernambuco, para devolver a autonomia administrativa do Porto de Suape para o governo Paulo Câmara (PSB).

Coincidência ou não, tão logo a posição socialista foi divulgada Temer cancelou a vinda a Pernambuco, que estava marcada para quinta-feira (27).

Sobre o cancelamento, Raul Henry afirma que o presidente concluiu que seria melhor não se ausentar de Brasília neste momento crucial para a articulação e votação das reformas. “É compreensível”, comentou. » Por aprovação de reformas, governo faz ofensiva sobre partidos nanicos » PSOL vai ao STF para derrubar votação de urgência da reforma trabalhista » Apoio a Temer na Câmara cai às vésperas de reformas Questionado sobre as propostas, Raul Henry falou em nome do PMDB pernambucano, que tem nele e em Jarbas Vasconcelos as duas figuras de maior expressão: “Nós reafirmamos nossa posição a favor das reformas por uma questão de compromisso com o País”.

Perguntando sobre a decisão do PSB, Raul disse que preferia não comentar questões internas de outro partido.

Mas ressaltou, citando estatísticas, a necessidade das reformas de Temer. “A crise que o Brasil vive hoje são as consequências do populismo”, afirma, em referência aos governos Lula e Dilma Rousseff, do PT.