A vereadora Irmã Aimée Carvalho (PSB), da bancada evangélica da Câmara do Recife, defendeu nesta segunda-feira (24) a realização de cultos religiosos na Casa, que não devem mais acontecer por recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
A parlamentar pediu também a manutenção da Bíblia Sagrada nas reuniões plenárias.
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O regimento prevê que o livro fique aberto sobre a mesa durante toda a reunião, o que é contestado por outros vereadores. “Não entendo como a disputa pela retirada da Bíblia aqui da nossa Câmara pode resultar em algo positivo”, disse. “Lamento que aqueles que foram voto vencido não aceitem as perdas de forma democrática.
Perder faz parte da democracia.
O regimento foi aprovado e deve ser respeitado.” O pronunciamento da socialista foi após a recomendação para que não sejam permitidas reuniões em que haja a prática de liturgias e rituais próprios de cultos religiosos.
A iniciativa da 27ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público da Capital reitera uma recomendação do Conselho Nacional do Ministério Público, que reafirma a necessidade de garantir a concretização do princípio constitucional do Estado laico no exercício de funções públicas, inclusive com adoção de políticas públicas que reforcem a neutralidade estatal em sua atuação frente às questões religiosas e filosóficas. » Candidato é repreendido por ler Bíblia em debate » Vereador de Caruaru defende fim da rotina de ler salmos bíblicos na Câmara “O fato do Estado não ter uma religião pré-definida e obrigatória não o faz uma instituição anticristã, haja vista que vivemos em um País onde temos formação religiosa predominantemente cristã, ainda que tenhamos tantas outras religiões e posicionamentos filosóficos divergentes”, disse Irmã Aimée.
A parlamentar afirmou que, apesar de ser evangélica, respeita outras religiões. “Como podemos promover uma reunião solene homenageando uma instituição religiosa por seus serviços prestados a sociedade recifense, quando ela não poderá apresentar nem manifestar sua prática litúrgica?”, questionou.
Michele Collins Outra vereadora evangélica, Michele Collins (PP), já havia contestado a medida.
A parlamentar quer a convocação de uma audiência pública para debater a liberdade de crença. “Não acredito ser nada demais, escolher um dia para agradecer, quando temos 365 dias no ano”, disse na Câmara.