Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, reagiu, nesta quinta, aos novos depoimentos da Lava Jato, em Curitiba.

O advogado disse, por meio de nota oficial e nas redes, que o delator Léo Pinheiro, no lugar de se defender em seu interrogatório, hoje, na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, contou uma suposta versão acordada com o MPF como pressuposto para aceitação de uma delação premiada que poderá tirá-lo da prisão. “Ele foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula o proprietário do chamado triplex do Guarujá. É a palavra dele contra o depoimento de 73 testemunhas, inclusive funcionários da OAS, negando ser Lula o dono do imóvel”, afirmou. “A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um diálogo - não presenciado por ninguém - no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das conversas que mantinha com o ex-Presidente. É uma tese esdrúxula que já foi veiculada até em um e-mail falso encaminhado ao Instituto Lula que, a despeito de ter sido apresentada ao Juízo, não mereceu nenhuma providência”, sublinhou, em dado trecho.

De acordo ainda com o advogado paulista, a afirmação de que o triplex do Guarujá pertenceria a Lula seria também incompatível com documentos da empresa, alguns deles assinados por Léo Pinheiro. “Em 3/11/2009, houve emissão de debêntures pela OAS, dando em garantia o empreendimento Solaris, incluindo a fração ideal da unidade 164A.

Outras operações financeiras foram realizadas dando em garantia essa mesma unidade.

Em 2013, o próprio Léo Pinheiro assinou documento para essa finalidade.

O que disse o depoente é incompatível com relatórios feitos por diversas empresas de auditoria e com documentos anexados ao processo de recuperação judicial da OAS, que indicam o apartamento como ativo da empresa”.

No depoimento, Léo Pinheiro negou ter entregue as chaves do apartamento a Lula ou aos seus familiares.

Segundo a defesa, também reconheceu que o imóvel jamais foi usado pelo ex-Presidente.

Perguntado sobre diversos aspectos dos 3 contratos que foram firmados entre a OAS e a Petrobras e que teriam relação com a suposta entrega do apartamento a Lula, Pinheiro não soube responder. “Deixou claro estar ali narrando uma história pré-definida com o MPF e incompatível com a verdade dos fatos”, rebate, mais uma vez, a defesa do ex-presidente.