Estadão Conteúdo - A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, determinou nesta quarta-feira (19) a criação de uma comissão de sindicância para esclarecer a divulgação de atos processuais do ministro Edson Fachin, relator dos processos da Operação Lava Jato na Corte.

A decisão foi tomada depois de o Grupo Estado ter publicado despachos de Fachin assinados eletronicamente no dia 4 de abril.

Foi publicada a relação de inquéritos instaurados pelo ministro com base nas delações de 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht, além da lista completa de políticos investigados.

LEIA TAMBÉM » Odebrecht tentou pagar propina a Eduardo Campos por conta na China, diz delator » Lula era ‘cartão de visita’ da Odebrecht no exterior, afirma delator » Um ano depois, 342º voto no impeachment é investigado por delação da Odebrecht O tema foi discutido ao longo dos últimos dias entre Cármen, Fachin e o secretário de Tecnologia da Informação do STF, Edmundo Veras dos Santos Filho.

Uma das preocupações dentro da Corte é com a segurança do sistema.

A comissão de sindicância deverá entregar um relatório dentro de 30 dias. » Moro investiga fatos mantidos em segredo da lista de Fachin » Parte sigilosa de lista de Fachin inclui Lula e Cunha » Bruno Araújo se diz inocente e “constrangido’ por estar na lista de Fachin O grupo será composto pelo assessor-chefe da assessoria processual da presidência, Rodrigo Abreu Martins de Lima, pela secretária de segurança, Regina Alencar Machado da Silva, e pelo coordenador de engenharia de software, Júlio Cesar Gomides de Almeida.

Em declaração enviada à imprensa, Cármen afirmou que o STF “julgará os processos da Lava Jato que são de sua competência independentemente de qualquer percalço ou tentativa de atraso honrando a responsabilidade jurídica e a importância histórica que a guarda da Constituição lhe confere”.