Por Luciano Siqueira, especial para o Blog de Jamildo - Nunca vi tamanha confusão, pra onde a gente se vira só tem notícia ruim, comenta o amigo no WhatsApp. - Pois eu já vi, rapaz.

Vi, vivi e a História registra inúmeras situações assim, respondo. - Até aqueles grupos que organizaram manifestações pelo impeachment viraram avestruz, cara! - Como assim? - Calaram o bico, enfiaram a cabeça no chão e estão feito cachorro de mudança que cai de caminhão… - Sim, é verdade.

Derrubaram Dilma e botaram Temer achando que o país ia melhorar e quebraram a cara.

O país afunda e o grupo que governa com Temer se revela envolvido em tudo o que não presta. - Então, a gente não sabe o que fazer nem sabe para onde ir… - De lado de cá, da oposição, também tem muito bate-cabeça, tem gente que alimenta a revolta (justa) e protesta, mas não encontra o rumo. - Uns reclamam dos outros… - Alguns usam uma metralhadora giratória, atacam inimigos, adversários ocasionais, aliados, potenciais aliados… - E aí, como a gente sai dessa? - Calma, amigo.

Esse caos aparente é próprio das situações de crise, acontece no Brasil e mundo afora.

Nem tudo é delação da Odebrecht, embora a mídia só fale nisso. - Você acredita numa luz no fim do túnel? - Mais ou menos isso.

Meu partido, o PCdoB, tem trabalhado nessa direção.

O ex-ministro Bresser-Pereira lidera um movimento chamado Projeto Brasil Nação, que reúne expressivo contingente de economistas, físicos, artistas, sociólogos, arquitetos, jornalistas… muita gente respeitada.

Setores de partidos de oposição, juristas, a OAB, a CNBB, parcelas dos movimentos sociais trabalham também nisso… - E tem a greve geral dia 28, né? - A greve geral, as manifestações contra as reformas previdenciária e trabalhista, o Grito da Terra, a defesa de conquistas sociais e direitos. - O pessoal está reagindo… - Sim, há uma crescente resistência que ganha as ruas e sensibiliza milhões dos que não estavam compreendendo as mudanças políticas recentes.

E há um esforço, ainda disperso, mas que tende a convergir, no sentido de construir uma plataforma que una todas as forças que lutam pela democracia, pela retomada do desenvolvimento econômico com inclusão social, pela soberania do país. - Você é otimista. - Sempre.

Do caos pode brotar o futuro.