Atendendo a orientação do governador Paulo Câmara, a Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE) iniciou o diálogo com representante da família de Edvaldo da Silva Alves, jovem de 19 anos que foi baleado durante protesto em Itambé em 17 de março e faleceu em 11 de abril, com vistas à reparação à família.
Na tarde desta segunda-feira (17), o procurador-geral do Estado de Pernambuco, César Caúla, e o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, receberam o advogado Ronaldo Jordão, que representa a família, na sede da PGE-PE.
Edvaldo faleceu na semana passada, no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, no Grande Recife, após complicações em seu estado de saúde.
O jovem passou 21 dias internado na UTI daquela unidade de saúde.
Ele foi alvejado à queima-roupa por um policial militar, durante uma manifestação na cidade de Itambé, na Zona da Mata Norte do Estado, no último dia 17 de março.
Pelo lado da oposição, uma “Força Tarefa” formada por entidades ligadas aos Direitos Humanos irá acompanhar de perto o andamento do caso da morte do carpinteiro e músico Edvaldo Alves, 22 anos.
O grupo foi criado também nesta segunda-feira, após um encontro entre representantes de movimentos com o presidente da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Edilson Silva (PSOL).
O objetivo da força seria fiscalizar o andamento dos processos investigativos do caso, além de dar apoio jurídico a família da vítima e cobrar do Governo do Estado a responsabilidade pela ação que vitimou o jovem.
No primeiro encontro do grupo de trabalho, alguns encaminhamentos foram deliberados.
Um deles é denunciar o caso para as autoridades internacionais.
Um relatório produzido pela ONG Artigo 19 em conjunto com o Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH), resultou a denúncia do caso à Comissão Interamericana da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O documento também foi encaminhado na semana passada à duas relatorias de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Outra ação da Força Tarefa seria dar ciência ao Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), sobre as supostas retaliações em que o advogado da família da vítima, Ronaldo Jordão, estaria sofrendo, inclusive, com ameaças de morte.
O advogado esteve presente no encontro entre as entidades e o deputado Edilson Silva.
Reuniões com o procurador-geral de Justiça, Francisco Dirceu Barros, com o chefe da Polícia Civi, delegado Joselito do Amaral, e entre outras atividades, estão planejadas no escopo de trabalho da força. “No encontro fizemos um histórico do caso para socializar com todos que integram a força, todas as entidades.
No caso há um conjunto de irregularidades que diz respeito à cidadania.
Nós queremos, primeiramente, que a Justiça seja feita. É importante que os inquéritos sejam bem feitos e os responsáveis sejam devidamente alcançados pela lei.
Isso é importante para que a sociedade saiba que nós não toleramos isto”, disse Edilson Silva.
A Força Tarefa será composta pelas seguintes entidades: Comissão de Direitos Humanos da OAB-PE, Conselho Estadual de Direitos Humanos, Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Conselho Regional de Psicologia, Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH) e o Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop).