Os deputados pernambucanos do PSB Tadeu Alencar e Danilo Cabral mantiveram as críticas à reforma da Previdência após um encontro da equipe do presidente Michel Temer (PMDB) com parlamentares sobre as mudanças feitas no projeto.

Entre as alterações estão a redução da idade mínima para as mulheres se aposentarem, que passou de 65 para 62 anos, e do tempo de contribuição para ter acesso à totalidade do benefício, que foi de 49 para 40 anos.

Os socialistas também se posicionaram contra o teto de gastos públicos, acusando o governo de impor a proposta, apesar de o partido ter o Ministério de Minas e Energia, com Fernando Filho.

LEIA TAMBÉM » Veja os pontos alterados na reforma da Previdência » Magistrados questionam regra de transição da reforma da Previdência » Leitura do parecer da reforma da Previdência é adiada para esta quarta Tadeu Alencar voltou a criticar a forma como o projeto está sendo analisado pela Câmara. “Esta proposta já nasceu contaminada pela ausência de diálogo do governo e pelas tentativas do Palácio do Planalto em apressar a sua votação.

Isto criou um ambiente negativo para a tramitação”, disse o socialista. “No nosso entendimento, a proposta deveria ser retirada e reapresentada, com os devidos aperfeiçoamentos, abrindo-se um amplo debate, uma construção coletiva.

Por isto, da forma como está, seja pelo procedimento, seja pelo mérito, não receberá nosso apoio.” Apesar das críticas, Alencar afirmou que os ajustes são “meritórios”.

Mesmo assim, defendeu que outras medidas não foram contempladas, como a estratificação da idade mínima para a aposentadoria, segundo a média de expectativa de vida das regiões do País. » Projeto da reforma da Previdência deve ter idade mínima menor para mulheres » Secretário da Previdência defende idade mínima para aposentadoria » Henrique Meirelles diz que, sem reforma, Previdência poderá ficar insustentável em 10 anos Danilo Cabral concordou com o correligionário e sugeriu que faltam à reforma da Previdência mecanismos de cobrança dos grandes devedores do sistema previdenciário e a redução das renúncias fiscais feitas com recursos da seguridade social. “O governo propõe austeridade para os mais fracos, mas não para os que estão no andar de cima”, disse o socialista.

Para ele, dificilmente o governo obterá os 308 votos necessários para a aprovação da reforma em Plenário.

De acordo com o Placar da Previdência, levantamento realizado pelo Grupo Estado, o número de parlamentares contrários à proposta continua em 275, enquanto o dos que são a favor, foi mantido em 101.

Na manhã desta terça-feira (18), havia 35 indecisos; 64 não quiseram responder; 36 não foram encontrados, e um disse que deve se abster. » Veja as mudanças no projeto da reforma da Previdência: