O 6º Grito da Terra Pernambuco, que acontece hoje, desde às 9h, no Recife, com promessa de reunir mais de seis mil participantes, aposta contra as reformas que o Brasil precisa.
De acordo com os organizadores, um deles é a ameaça de uma reforma da Previdência que atingiria diretamente os direitos dos homens rurais.
O outro é a reclamação por atenção do Governo do Estado às necessidades dessa população.
A mobilização é uma iniciativa da Fetape (Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco) em parceria com um conjunto de movimentos e organizações Sindicais e Sociais.
A CUT também está por traz. “A Câmara dos Deputados decidiu acelerar a tramitação da Reforma Trabalhista (PL 6787/16) e quer aprová-la no dia 19 de abril (quarta-feira) Trata-se de mais uma manobra autoritária disfarçada de processo legislativo democrático, ou seja, mais uma etapa do golpe no Brasil.
Um dos absurdos da Reforma Trabalhista é que esse projeto, com tamanho impacto de destruição de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, está tramitando em caráter conclusivo e se for aprovado na Comissão Especial, pode seguir diretamente para o Senado, sem passar pelo plenário da Câmara”, comenta o presidente da CUT em Pernambuco, Carlos Veras.
A atividade da Fetape foi iniciada na Assembleia Legislativa, com uma audiência pública sobre a Reforma da Previdência.
Os sindicatos também realizam um Ato Público, às 14h, na Assembleia Legislativa, contra as reformas Trabalhista e Previdência. “O objetivo é cobrar dos parlamentares estaduais que dialoguem com suas bancadas federais, assegurando um posicionamento contrário à PEC 287.
O Movimento Sindical Rural, coordenado pela Fetape, já realizou, desde o início do ano, audiências como essa e atos públicos, em mais de 100 municípios, visando sensibilizar prefeitos, vereadores e população em geral para a grave ameaça que essa PEC representa para os trabalhadores e para a economia das cidades do interior”, reclama a Fetape.
Ao final da audiência, os participantes do Grito seguirão em caminhada até o Palácio do Campo das Princesas para receber o retorno do Governo do Estado sobre a Pauta de Reivindicações, que foi entregue ao governador Paulo Câmara, no dia 4 de abril.
O lema do Grito da Terra deste ano é: “Não se ignora um povo que produz a riqueza do seu estado, do seu País.” “Os movimentos e organizações argumentam que o campo, que produz alimentos e contribui efetivamente com o desenvolvimento do estado, precisa ser trado com mais atenção”.
Na pauta do Grito da Terra estão questões que tratam da Reforma da Previdência (posicionamento do Governo do Estado); Seca; Segurança Pública; Programa Chapéu de Palha; Reestruturação Socioprodutiva da Zona da Mata; Política de Convivência com o Semiárido; Agroecologia; Secretaria Executiva da Agricultura Familiar; Regularização Fundiária, Educação do Campo e Cadastro Ambiental Rural.
Para cada um desses temas, foram apresentadas demandas que, inclusive, em sua maioria, já fizeram parte de outros documentos entregues ao Estado, em anos anteriores, mas que não foram atendidas.
Isso sem contar a redução alarmante dos investimentos voltados para o meio rural.
Além da Fetape e seus sindicatos filiados participam do Grito, este ano, a Fetaepe (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Pernambuco), Contag, CUT/PE, CTB, ASA Pernambuco, CPT, Coopagel, Cáritas Regional NEII, Pastoral da Juventude Rural, Assocene, o Instituto Manoel Santos, MST, Serta e Centro Sabiá. “No dia 28 de abril, vamos parar o Brasil, com uma greve geral.
As cidades paradas e vazias denunciarão, repudiarão e condenarão o desmonte da Previdência e da legislação trabalhista”, diz Carlos Veras.