A oposição viajou mais uma vez ao interior para criticar ações do Estado, no Agreste.
Já o governador, na capital, fez anúncios na área de segurança, para tentar recuperar o Pacto pela Vida.
A crônica de mais um dia na antesala de 2018.
A Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), durante agenda do Pernambuco de Verdade, acusou o Governo do Estado de ter abandonado a população do Agreste Setentrional, sobretudo nas áreas de saúde e segurança pública.
A agenda incluiu ainda visita às obras de duplicação da BR-104, assumidas pelo Estado, e PE-160, prometidas há mais de dez anos e ainda não concluídas, além do 24º Batalhão de Polícia Militar, a diretoria regional da Compesa, a UPA de Santa Cruz do Capibaribe, a rodoviária municipal e a farmácia do Lafepe, que eles disseram estar completamente desabastecida de medicamentos.
Na área de saúde, os parlamentares reclamaram do Estado na assistência à população, com todo o atendimento ficando a cargo da rede municipal de saúde. “A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Cruz, de administração municipal, funciona na prática como um hospital regional, realizando de 450 a 500 atendimentos por dia, com picos de 600 pessoas atendidas.
A unidade foi projetada para realizar 200 atendimentos, mas infelizmente fomos obrigados a assumir a demanda de cidades vizinhas, pela inexistência de unidades estaduais de saúde”, informou o diretor da UPA, José Ademir Pereira, aos parlamentares.
Segundo a deputada Socorro Pimentel (PSL), o volume de atendimentos na unidade de saúde é retrato do abandono do Estado na área de saúde. “O governo do Estado jogou para a prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe a responsabilidade pelo atendimento à população da cidade e municípios vizinhos.
Não há sequer um leito de UTI na região e casos mais graves ou que precisam de mais cuidados têm que ser transferidos para Caruaru ou Recife”, disse Socorro.
Para o deputado Silvio Costa Filho (PRB), a construção de um hospital regional em Santa Cruz deveria ser prioridade para a população. “Santa Cruz é uma cidade-polo no Agreste Setentrional e a UPA do município termina absorvendo a demanda de seis cidades vizinhas, sem nenhum apoio do Estado. É preciso que o governo encare a implantação de um hospital regional como prioridade”, defendeu o líder da Oposição.
Segurança pública Para Joel da Harpa (PTN), outra área crítica na região é a da segurança. “A companhia da Polícia Militar de Santa Cruz foi transformada no 24º Batalhão da PM, mas a unidade continua funcionando com estrutura de companhia.
Faltam equipamentos, infraestrutura e viaturas para fazer o atendimento à população”, criticou. “Hoje, o 24º Batalhão da PM conta com um efetivo de 325 homens, mas em virtude dos plantões, são apenas 18 policiais para atender toda a população de Santa Cruz, oito para Toritama e apenas três para Brejo da Madre de Deus”. “Segundo dados da própria Secretaria de Defesa Social do Estado, Santa Cruz é hoje o 11º município do Estado em número de homicídios e o 8º em crimes violentos contra o patrimônio (assaltos e roubos).
O que temos observados nas agendas do Pernambuco de Verdade é que os problemas encontrados são praticamente os mesmos em todas as regiões.
Foi o que vimos, há 15 dias, no Sertão e estamos vendo aqui no Agreste novamente”, comparou Augusto César (PTB). “Na área de segurança, o que está acontecendo é que estados vizinhos estão investindo no combate à violência e a criminalidade está migrando para regiões menos protegidas.
E nisso, Pernambuco tem sido bem atrativo”, disse o deputado Álvaro Porto (PSD).
Obras de infra Entre as obras visitadas pelos deputados, as prometidas obras de duplicação da BR-104 e PE-160 e o sistema de saneamento básico do município de Santa Cruz do Capibaribe são reivindicações antigas da população. “Hoje, a BR-104 encontra-se completamente paralisada, a da PE-160 se arrasta há anos e o saneamento básico sequer foi iniciado.
São mais três promessas do PSB na lista de obras paradas, abandonadas, atrasadas ou nem iniciadas.
Já vimos isso em Arcoverde, Serra Talhada e Afogados da Ingazeira.
E o governador, da mesma forma, refazendo promessas antigas”, criticou Júlio Cavalcanti (PTB), se referindo ao Pernambuco em Ação, realizado na cidade no último fim de semana. “Além da não cumprida promessa na área de saneamento, a população da região sofre também com o desabastecimento de água.
Alardeada pelo governo do Estado como alento para a população da região, a adutora do Pirangi não representou mudança.
Mesmo com a integração da adutora ao sistema do Prata, 70% da população de Santa Cruz do Capibaribe, por exemplo, não tem água nas torneiras em nenhum dia do mês”, detalhou Silvio Costa Filho.
No período da noite, ao final das visitas, a Bancada de Oposição realizou uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Santa Cruz entre lideranças, representantes de associações comunitárias, empresários e entidades da sociedade civil para discutir os problemas e as ações prioritárias para a região.
Na próxima semana, o “Pernambuco de Verdade” desembarca no Agreste Meridional.
R$ 290,8 milhões de investimento para novas ações em segurança pública Por seu turno, o Governo de Pernambuco lançou, um pacote de ações de investimento na área da segurança pública.
De acordo com o Estado, na renovação e ampliação das frotas das polícias civil, militar e Corpo de Bombeiros serão investidos R$ 150,8 milhões até 2018, conforme anunciou o governador Paulo Câmara, durante solenidade no Palácio do Campo das Princesas.
Outra preocupação do pacote é o aumento do efetivo policial.
Está previsto um incremento de 4.500 novos policiais nas ruas, significando um aumento de cerca de 15% do atual efetivo, implicando em um incremento de R$ 140 milhões/ano na folha. “Temos que investir e priorizar aquilo que é fundamental: a segurança.
Serão realizados investimentos que vão desde recursos humanos até a valorização da carreira.
Estamos buscando efetivamente que Pernambuco tenha condições de dar respostas mais rápidas diante de um cenário adverso”, cravou o governador Paulo Câmara.
O chefe do Executivo estadual reforçou a preparação financeira do Governo do Estado para que os investimentos sejam realizados. “Pernambuco se preparou para equilibrar as contas públicas e, agora, em 2017, tem condições de realizar investimentos dando prioridade à segurança. É um esforço financeiro enorme que está sendo feito diante da gravidade do momento.
E esse conjunto de ações, em breve, trará resultados para a população”, disse Paulo Câmara.
Foto: Aluísio Moreira/SEI Em relação à renovação e à ampliação das frotas das polícias, está previsto um investimento de mais R$ 80 milhões para continuar as entregas de novas viaturas este ano.
Serão 320 novas caminhonetes para o patrulhamento de áreas rurais de difícil acesso e outros 487 novos veículos do tipo hatch e utilitários para todas as regiões do Estado.
Segundo o Estado, também está sendo providenciada a aquisição de 700 novas motocicletas e 3,5 mil kits de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), ao custo de R$ 25 milhões.
O Batalhão de Choque receberá 12 novos veículos, são eles: três micro-ônibus, quatro vans com 16 lugares cada, quatro caminhonetes 4x4 e um ônibus com 40 lugares, somando um investimento de R$ 3,5 milhões.
Para dar mais agilidade e uma maior mobilidade ao trabalho das polícias no Interior, o Governo do Estado vai adquirir dois helicópteros, com seus respectivos hangares, orçados em R$ 42 milhões.
Também serão providenciadas seis lanchas para combate ao tráfico de drogas no Sertão e na Zona da Mata, totalizando um investimento de R$ 318 mil.
O secretário de Planejamento e Gestão (Seplag), Márcio Stefanni, destacou a importância da aquisição dos equipamentos, especificamente, entre eles os dois helicópteros. “Muitos dos crimes são realizados à noite e os helicópteros atuais só têm capacidade de voar à luz do dia.
Adquirindo esses dois equipamentos, passaremos a voar também à noite”, ressaltou.
O gestor enfatizou o esforço realizado pelo Governo de Pernambuco na priorização da segurança do Estado. “Esse conjunto de ações demonstra que estamos nos esforçando financeiramente para que os pernambucanos tenham mais segurança”.
Segundo o Estado, o aumento no efetivo policial será garantido com a entrada nas ruas, a partir do segundo semestre deste ano, de 1,5 mil recrutas que atualmente passam por treinamento.
Na Polícia Civil, estão sendo convocados 140 delegados e 600 agentes aprovados no concurso de 2016.
Na Polícia Científica estão sendo admitidos 310 novos servidores em diversas especialidades.
O governador Paulo Câmara disse que determinou ainda o chamamento de 1,2 mil pessoas que foram aprovadas e não classificadas no último concurso realizado pela Polícia Militar e mais 600 bombeiros militares.
Além disso, 750 policiais civis aposentados estão retornando à corporação a fim de atuar em trabalhos administrativos, liberando o pessoal da ativa para as investigações e diligências.
Essas ações de aumento no efetivo vão custar R$ 140 milhões/ano.
Outra determinação é a realização de concursos anuais para a Polícia Militar, com a garantia de 500 novas vagas a cada ano.