O nome do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, do PSB, também aparece na fornada de petições liberadas pelo relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, na esteira da Lava Jato.
Na petição de número 6706, enviada pelo procurador Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal, em um dos trechos, o executivo da Odebrecht Luiz Eduardo da Rocha Soares diz que Geraldo Julio teria recebido R$ 500 mil da empresa, nas eleições de 2012.
No caso, essa petição pede investigações sobre as campanhas de Eduardo Campos no Estado, razão pela qual o ministro do STF enviou para a Justiça Federal do Estado para eventuais providências.
Veja a íntegra abaixo.
Petição do MPF sobre campanha de Eduardo Campos (6706) Na apresentação de contas oficial da campanha de 2012, de fato, não há registros de doações da Odebrecht.
Veja aqui.
A Prefeitura da Cidade do Recife foi procurada pelo blog e enviou a seguinte nota: “Todas as doações recebidas na minha campanha eleitoral em 2012 obedeceram rigorosamente a legislação eleitoral.
A prestação de contas da campanha foi apresentada à Justiça Eleitoral e aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Todos os detalhes estão disponíveis no site do TRE-PE.
Geraldo Julio, prefeito do Recife” De acordo com advogados ouvidos pelo blog, trata-se do início de eventuais investigações, considerando que a Justiça pode disparar novas petições ou abrir inquéritos.
No entanto, governadores e prefeitos contam com foro privilegiado, sendo somente investigados no STJ.
Assim, caso apareçam indícios mais fortes do que as citações um eventual inquérito teria que subir para as instâncias superiores.
Eduardo Campos também é citado em vídeo como tendo recebido R$ 11 milhões ] Em um vídeo gravado para a formalização das delações, o ex-presidente da Odebrecht Infraestutura Benedito Júnior cita o nome do ex-governador Eduardo Campos.
O vídeo foi gravado no Ministério Público no Rio de Janeiro e Benedito Júnior cita vários outros agentes públicos, como o prefeito de Salvador, ACM Neto e Renan Calheiros, ao explicar o processo de consolidação das listas de ajuda aos políticos.
Havia seis executivos responsáveis por essa função.
Na mesma gravação, o delator nacional da Odebrecht, quando se refere a lista de ajuda sob a coordenação do diretor regional João Pacpifico, cita vários outros nomes de políticos pernambucanos, já citados, como Jarbas Vasconcelos, Sérgio Guerra, Bruno Araujo, FBC, José Chaves e Paulo Rubem Santiago.
O maior destaque citado é o ex-governador Eduardo Campos, que teria recebido R$ 11 milhões, nas campanhas de 2008, 2010 e 2012).
Ele é identificado como ‘Neto’, em referência ao ex-governador Miguel Arraes, tendo sido ajudado pelo executivo João Pacífico, de acordo com o delator nacional.
Benedito Júnior era o chefe de Pacífico.
Atuação nacional O executivo da Odebrecht Luiz Eduardo da Rocha Soares, que foi alvo da 26ª fase da Lava Jato, e que estava foragido no exterior, foi preso, em Curitiba, em abril de 2016.
Soares estava nos Estados Unidos, segundo a PF, e foi preso assim que chegou ao Brasil, no dia 30 de março.
A 26ª fase foi batizada de Xepa e deflagrada após a identificação de indícios de que a Odebrecht possuía um departamento responsável por fazer pagamentos de vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos firmados pela empresa.
Segundo já noticiou a imprensa nacional, a missão desse departamento, chamado de “Setor de Operações Estruturadas”, era viabilizar, mediante pagamentos paralelos, atividades ilícitas realizadas em favor da empresa, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF).
O setor tinha um sistema informatizado próprio utilizado para armazenar os dados referentes ao processamento de pagamentos ilícitos e para permitir a comunicação reservada entre os executivos e funcionários envolvidos nas tarefas ilícitas, ainda de acordo com o MPF.
Um outro sistema - no qual os envolvidos usavam codinomes - permitia a comunicação secreta entre executivos, funcionários da Odebrecht e os doleiros responsáveis por movimentar os recursos espúrios.
As apurações apontam que ao menos 14 executivos de outros setores da Odebrecht, que demandavam os “pagamentos paralelos”, encaminhavam aos funcionários as solicitações de pagamentos ilícitos, de forma a centralizar nessa estrutura a contabilidade paralela e a entrega dos valores espúrios.