A petição de número 6707, encaminhada pelo procurador geral da República Rodrigo Janot para análise do relator da Lava Jato Edson Fachin, trata da operação do presídio de Itaquitinga e da eleição de 2010.
Em delação, o empresário Marcelo Odebrecht revela que, em 2012, o governador Eduardo Campos procurou a empresa para ajudar a tirar do papel o presídio de Itaquitinga, em Aliança, na Mata Norte.
O pedido foi apresentado ao representante regional, João Pacifico.
Campos reclamava que estava tendo problemas e precisava tirar a obra do papel.
No documento, Marcelo Odebrecht diz que autorizou o pedido de ajuda e que aceitou usar uma interposta pessoa (laranja), citando a firma DAG Construtora LTDA.
No caso, para tocar a PPP, a empresa que venceu a licitação, Advance, foi afastada e em seu lugar entrou a firma de confiança da Odebrecht, a DAG, mesma empresa usada na compra de um terreno para o Instituto Lula em São Paulo.
Na mesma delação, o empresário alude ao financiamento da campanha de Eduardo Campos.
O nome do governador Paulo Câmara aparece na mesma petição, mas a delação de João Pacífico e seus colaboradores na Odebrecht é bastante favorável ao sucessor de Eduardo Campos.
Os delatores falam que houve a promessa de pagamento de valores à campanha do socialista em 2014, mas que isto acabou não acontecendo. “Alude-se, ademais, a pagamento em proveito da campanha de Eduardo Campos e distribuição de financiamento do BNDES.
Informa-se, por fim, a ocorrência de promessa de pagamento de valores à campanha de Paulo Câmara ao governo de Pernambuco, providência não efetivada”, ressalta o texto assinado por Fachin.
Outros casos No despacho, Edson Fachin manda os processos para a Justiça Federal em Pernambuco e pede investigação ao MPF.
Se aparecerem indícios, o processo vai para o STJ, onde governadores contam com foro privilegiado.
Em uma outra petição, de número 6724, o MPF se baseia em delações dos executivos regionais da Odebrecht para apontar que o ex-governador Eduardo Campos, com a ajuda de Aldo Guedes, ex-diretor da Copergás e sócio de Campos em uma fazenda no interior do Estado, teriam recebido cerca de R$ 5 milhões da empreiteira, por contratos para a obra do sistema adutor de Pirapama, no Cabo, tocado pela empresa baiana.
No Estado, os casos da Arena Pernambuco e de Pirapama estão com a juíza federal Amanda Torres de Lucena Diniz Araújo, a mesma magistrada que atuou na operação Turbulência, com pedidos de prisão depois revogados pelo TRF5.
Petição do MPF sobre campanha de Eduardo Campos (6706)