O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também foi citado na delação premiada da Odebrecht.
O patriarca do grupo, Emílio Odebrecht, afirmou ter pago “vantagens indevidas não contabilizadas” às campanhas presidenciais de FHC, em 1993 e 1997.
O ministro-relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, declinou da competência sobre essa investigação porque o tucano não detém mais foro privilegiado.
LEIA TAMBÉM » FHC defende ‘serenar ânimos’ e pede ‘mais tolerância’ na política » FHC diz a Moro que também buscou recurso privado para manter acervo » ‘É mais confusão’, diz FHC sobre eventual cassação de Temer Fernando Henrique foi eleito presidente pela primeira vez em 1994 e reeleito em 1998.
Em seu despacho, Fachin determinou a remessa dos autos para a primeira instância da Justiça Federal em São Paulo, onde mora o ex-presidente. “Defiro o pedido do procurador-geral da República para o envio de cópia das declarações prestadas pelo colaborador Emílio Alves Odebrecht, e documentos apresentados, à Seção Judiciária de São Paulo, ficando autorizada, por parte do requerente, a remessa de cópia de idêntico material à Procuradoria da República naquele Estado.
Registro que a presente declinação não importa em definição de competência, a qual poderá ser reavaliada nas instâncias próprias”, afirmou Fachin. » Fachin manda investigar oito ministros e 66 parlamentares; saiba quem são os pernambucanos Defesa O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse, por meio de sua assessoria, não saber qual é o teor da acusação, cujas citações a seu nome se referem a campanhas ocorridas há 20 anos, e deve se posicionar hoje, quando se inteirar sobre o assunto.
Outros ex-presidentes.
Além de FHC, ao menos outros três ex-presidentes da República estão citados na lista do relator da Operação da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. » Delatores revelam detalhes do ‘departamento de propinas’ da Odebrecht » Moro diz que investigar vazamentos ilegais “é como caçar fantasmas” Destes, apenas Fernando Collor é alvo de inquérito.
Os demais são citados em delações cujos conteúdos foram remetidos à primeira instância.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é alvo de seis pedidos de investigações criminais.
Já Dilma Rousseff é citada em outro pedido relacionado a irregularidades na campanha eleitoral de 2014, na qual foi reeleita.