Dois delatadores da Odebrecht contaram à força-tarefa da Lava Jato que Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo em 2014 durante sua campanha à Presidência, “recebeu R$ 5 milhões em propina da empreiteira ainda quando era governador de Pernambuco”.

A informação foi de João Antônio Pacífico Ferreira, ex-diretor da construtora no Nordeste, e de Carlos Fernando do Vale Angeiras, ex-diretor de contratos.

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Aldo Guedes já é investigado pelo Supremo no mesmo inquérito que o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e o dono do avião usado por Eduardo Campos.

O parlamentar é acusado de receber, quando era secretário de Desenvolvimento Econômico, pelo menos R$ 41,5 milhões das empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa.

Todas foram contratadas pela Petrobras para as obras da Refinaria Abreu e Lima.

Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o pagamento da suposta propina foi intermediado pelo então diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, delator na Operação Lava Jato. » Temer diz que o governo não pode parar e sanciona leis que favorecem mulheres » Delatores acusam ministro das Cidades de favorecer Odebrecht no Congresso » Janot diz que Odebrecht teria dado R$ 2 milhões a Jarbas Vasconcelos para campanha ao governo em 2010 » Saiba quem são os pernambucanos na lista de Fachin O documento foi remetido por Fachin para o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, para que faça uma nova manifestação em até 15 dias.