Estadão Conteúdo - O empresário Marcelo Odebrecht revelou, em delação premiada, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT-MG), atuaram politicamente para viabilizar a contratação do grupo para obras no Porto de Mariel, em Cuba.
O depoimento de Odebrecht, complementado por delações do patriarca do grupo, Emilio, e do diretor João Carlos Mariz Nogueira, foi encaminhado ao ministro relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que reconheceu incompetência para apreciar o caso e autorizou o encaminhamento dos depoimentos à Procuradoria da República do Distrito Federal.
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O empreendimento foi orçado em US$ 957 milhões - dos quais US$ 682 milhões saíram do BNDES.
O julgamento de ação envolvendo o caso está sob competência do juiz federal Marcelo Rebello Pinheiro, da 16ª Vara Federal/DF. » Janot diz que Odebrecht teria dado R$ 2 milhões a Jarbas Vasconcelos para campanha ao governo em 2010 » Já denunciado antes, Fernando Bezerra é acusado de receber da Odebrecht em 2010 » Fachin manda investigar nove ministros e 71 parlamentares; saiba quem são os pernambucanos “Segundo o Ministério Público, os colaboradores apontam a atuação de agentes públicos para auxiliar o financiamento e a execução de obras em Cuba pelo Grupo Odebrecht.
Marcelo Bahia Odebrecht teria narrado a atuação política de Fernando Pimentel e Luiz Inácio Lula da Silva a fim de que fossem viabilizadas as obras da companhia no Porto de Mariel em Cuba, informações que teriam sido complementadas por João Carlos Mariz Nogueira e Emílio Alves Odebrecht”, anotou Fachin.
Acolhendo solicitação da Procuradoria-Geral da República, o ministro manteve sigilo dos termos dos autos.