O senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho, líder do PSB no Senado, teria recebido R$ 200 mil em duas parcelas para a campanha de 2010.
O socialista não disputou cargos naquela campanha e na época acumulava os cargos de secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Eduardo Campos (PSB) e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape.
O documento em que o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autoriza a investigação do repasse foi divulgado nesta terça-feira (11) pelo Estadão.
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FBC não foi notificado O senador foi citado nas delações dos ex-executivos da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Júnior e João Antônio Pacífico Ferreira, diretor da empresa no Nordeste.
Segundo os delatores, ele era identificado nas planilhas do Setor de Operações Estruturadas do grupo como “Novilho”.
Os recursos não teriam sido contabilizados na campanha. » Campanha de FBC recebeu R$ 1 milhão por prioridade da Odebrecht em obra Em nota, a defesa de Fernando Bezerra afirmou que não foi notificada sobre a investigação e disse que o senador está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos. “A defesa do senador observa que nestes 35 anos de vida pública de Fernando Bezerra Coelho não há qualquer condenação em desfavor do parlamentar”, frisa a nota. » Janot denuncia Fernando Bezerra Coelho e comprador do avião de Eduardo Campos ao STF » PGR diz que propina foi usada na campanha de Eduardo Campos em 2010 O parlamentar já é alvo de uma denúncia do Ministério Público Federal ao Supremo sobre repasses para a campanha de 2010 de Eduardo Campos, quando o socialista foi reeleito governador de Pernambuco.
O senador é acusado de receber pelo menos R$ 41,5 milhões das empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa.
Todas foram contratadas pela Petrobras para as obras da Refinaria Abreu e Lima.
Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o pagamento da suposta propina foi intermediado pelo então diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, delator na Operação Lava Jato.
Outro despacho de Fachin Fernando Bezerra Coelho ainda aparece em outro despacho que Fachin que autoriza a abertura de inquérito contra ele, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o filho dele, Renan Filho, governador de Alagoas pelo PMDB.
A investigação autorizada é para apurar irregularidades para que a Odebrecht ficasse com o lote 4 das obras do Canal do Sertão Alagoano.
O socialista teria recebido, através de um intermediário, doações de R$ 1.050.000.
Renan Calheiros teria recebido R$ 500 mil em espécie, em encontro no Hotel Radisson, em Alagoas.
O documento ainda diz que foi acertado o percentual de de 2,25% do total do contrato para o pagamento de propina a diversos agentes públicos, entre eles o então governador do Estado, Teotônio Vilela (PSDB).