Estadão Conteúdo - Um dos quadros do PSDB mais próximos do governador Geraldo Alckmin, o deputado estadual Cauê Macris, de 33 anos, novo presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, atribui ao grupo político do senador Aécio Neves (MG) os rumores de que o partido pode apoiar a candidatura de João Doria à Presidência em 2018.

Além de descartar a possibilidade, Macris disse em entrevista ao jornal O Estado de S.

Paulo que o prefeito não é nome de consenso nem para a disputa pelo governo paulista.

O prefeito João Doria é uma opção do PSDB para disputar a Presidência?

O candidato a presidente do PSDB se chama Geraldo Alckmin.

Ele é inclusive o candidato do Doria.

O prefeito me ligou na semana passada e foi explícito nisso.

Há um movimento no PSDB para que Doria seja o nome em 2018?

Não vejo um movimento no partido para lançá-lo.

O que vejo são alas do PSDB que estão tentando criar uma cisão dentro de um grupo político interno forte do partido, que é o grupo do Geraldo e do Doria.

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O fortalecimento do Alckmin internamente no partido após as eleições de 2016 incomoda os adversários que têm pretensão de fazer a disputa nacional.

Se refere ao senador Aécio Neves?

Partiu dele esse movimento de rachar o partido com o nome de Doria?

Não diretamente, mas de aliados dele.

Algumas pessoas fomentam um racha entre Alckmin e Doria.

Sem racha, esse grupo é muito forte.

Essa força reduz a chance de eles viabilizarem outro nome em 2018. » ‘Não sou candidato a nada’, diz Dória em evento » Doria discute com manifestante que o acusou de ‘golpista’ Seria uma deslealdade se Doria entrasse na disputa?

Doria é leal.

Ele não vai ceder.

Cauê Macris na Assembleia (Foto: Alesp/Divulgação) O prefeito é uma boa alternativa para disputar o governo paulista? É um ótimo nome, mas existem outros quadros no PSDB que também são.

Quais?

José Serra e Aloysio Nunes, por exemplo.

O PSDB é um partido de quadros, o que é muito positivo.

O duro é chegar na campanha e não ter nomes.

Mas é cedo para fazer essa discussão interna.

Temos de fazer primeiro a discussão no âmbito nacional. É muito mais difícil construir uma campanha nacional. É prematuro falar em disputa estadual. » Alckmin quer prévias antes do limite de troca partidária » Ciro Gomes: Prefiro Bolsonaro em vez de Dória » Para frear PSB, tucanos de São Paulo contrariam Alckmin O que acha da possibilidade de o PSDB apoiar uma eventual candidatura do vice-governador, Márcio França, do PSB?

O Márcio é um grande articulador político, mas nós temos quadros dentro do PSDB.

Isso precisa ser respeitado por ele.

Acho difícil o PSDB não ter uma candidatura própria para o governo de São Paulo em 2018.

Não seria ruim ter duas candidaturas do mesmo campo?

Não vejo problema nisso.

O nome do senador José Serra seria um consenso na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes?

Todos eles seriam: Doria, Serra e Aloysio.

A disputa interna é legítima, não é briga e racha.

Veja o exemplos das eleições americanas.

Há uma blindagem ao governador na Assembleia?

Sou chefe de Poder.

Minha posição institucional é de independência.

Esse é o meu compromisso com os deputados.

Quem tem problema precisa ser investigado.