Em algumas cidades americanas, as pessoas deixam sua produção de lixo, em dias previamente combinados, na calçada, devidamente ensacados e em recipientes apropiados, para serem coletados por um caminhão moderno.
Não há lixeiros.
De dentro do caminhão, o operador usa uma câmara para coletar “o lixo da calçada”.
Não fica um pingo de sujeira.
Na praia, não é diferente, a coleta é mecanizada e as pessoas ajudam muito jogando o lixo no lixo.
Pois bem.
Trabalhadores da empresa Vital e CAEL Engenharia responsável pela limpeza urbana do Recife paralisaram as atividades nesta sexta (7).
Eles argumentam que demissões podem acontecer por conta de uma decisão judicial do Ministério do Trabalho que proíbe transporte de garis em carrocerias de caminhões de lixo.
Com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação de Pernambuco - STEALMOIAC e da Força Sindical de Pernambuco, os trabalhadores realizaram em assembleia da categoria empresa na manhã desta sexta- feira e decidiram suspender as atividades durante este final de semana.
A decisão judicial imposta pelo Ministério do Trabalho obriga que as empresas de coleta da limpeza urbana do Recife diminua o número de garis na coleta de três para dois, pois terão que trabalhar dentro da boleia dos caminhões, junto ao motorista, percorrendo cerca de 11 km por equipe para recolher o lixo nas ruas.
Caso não haja uma solução na segunda (10), os trabalhadores pretendem continuar com as atividades suspensas. “Estamos brigando pela manutenção dos empregos e melhores condições de trabalho da categoria.
Não houve um diálogo prévio com o Ministério de Trabalho e o sindicato da categoria.
A decisão judicial degrada mais ainda o trabalho dos garis.
Além das doenças relacionadas ao trabalho, existe a exaustão das atividades.
Um trabalho que tem a duração de 4h será feito com 8h, pela dificuldade de locomoção.
Os trabalhadores estão com receio de perder o emprego, porque a decisão obriga a empresa a diminuir a equipe de coleta, por isso decidiram suspender as atividades”, explica Rinaldo Júnior, presidente da Força Sindical de Pernambuco.