O Ministério da Integração Nacional informou nesta quinta-feira (6) que a água da Transposição do Rio São Francisco agora está sendo fornecida no volume máximo para o leito do Rio Paraíba.

O ministro Helder Barbalho afirmou, em audiência no Senado nessa quarta-feira (5), que a água chegaria à cidade paraibana de Campina Grande até o dia 25 deste mês.

O objetivo é de atender 716 mil pessoas em 18 cidades ao longo do manancial no Estado - mas, devido à ausência de obras complementares, não chegará às 4,5 milhões de pessoas em 168 municípios que são esperadas quando todo o projeto for concluído.

LEIA TAMBÉM » Transposição chega a Campina Grande até 25 de abril, promete ministro » Paulo Câmara diz que faltam R$ 680 milhões para conclusão da Adutora do Agreste » Transposição chega à Paraíba, mas ainda falta muito em Pernambuco De acordo com a Integração Nacional, a última estação de bombeamento do eixo leste foi acionada no último fim de semana, passando a funcionar com dois conjuntos de motobomba, o que dobrou a capacidade.

Em fase de testes, a vazão fornecida era de 4,5 metros cúbicos por segundo.

Agora é de nove.

O equipamento foi cedido pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), através da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado), em um plano para se aproximar do Nordeste, a um ano e meio das eleições de 2018. » Temer inaugura Transposição, mas moradores de Monteiro agradecem a Lula » Ministro confirma transferência de R$ 160 milhões do Ramal para a Adutora do Agreste » Transposição: MPF pede ao Ibama para fiscalizar crimes ambientais na Paraíba De Sertânia, a água passa para Monteiro, a primeira cidade paraibana a receber o projeto.

Lá, cerca de 33 mil pessoas são abastecidas desde o último dia 10 de março, quando o presidente Michel Temer (PMDB) foi à cidade para inaugurar o eixo leste da Transposição.

A obra tem sido usada por ele para melhorar a popularidade na região, onde tem a maior reprovação.

Com abertura da comporta do reservatório de Campos, água da Transposição pode abastecer Sertânia (Foto: Divulgação) A partir do mesmo dia, Sertânia passou a ser o primeiro município pernambucano a ser atendido pelo ‘Velho Chico’.

Apesar de mais de 200 quilômetros de canais passarem pelo Estado, a água atende hoje apenas 35 mil moradores locais.

Porém, sem as obras complementares da Adutora e do Ramal do Agreste, por exemplo, o projeto não consegue beneficiar mais pessoas.

No eixo leste, a água do São Francisco é captada em Floresta, no Sertão pernambucano, e vai até Sertânia.

De lá, vai para o açude de Poções, em Monteiro.

Depois, a água seguirá pelo Rio Paraíba até o reservatório Boqueirão, para reforçar o abastecimento em Campina Grande.

Segundo o Ministério da Integração Nacional, a água passou do reservatório Camalaú, no município de mesmo nome, o último antes de chegar a Campina Grande. » PRE na Paraíba abre investigação sobre ato político com Lula na Transposição » Em Monteiro, Dilma diz que Temer não pode se vangloriar da Transposição » Ministério vai estudar uso de energia eólica e solar na Transposição As obras da Transposição do São Francisco começaram há dez anos, no início do segundo governo Lula (PT).

O petista tem investido na comunicação e na militância para cobrar a paternidade da obra e foi a Monteiro uma semana depois de Temer para um evento que chamou de “inauguração popular” do projeto.

A transposição era esperada desde o período do Império.

Apesar de o eixo leste está próximo de ser concluído, ainda restam diversas obras complementares e o eixo norte, que vai beneficiar Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.

Lá, não há previsão prática para retomar a construção.

Envolvida na Operação Lava Jato, a Mendes Júnior abandonou o canteiro no início da gestão de Temer alegando dificuldade de obter crédito e a licitação para escolher a nova empreiteira está em andamento.

O contrato deveria ter sido assinado em março, mas isso ainda não aconteceu.

A obra custou até agora mais de R$ 8 bilhões.