Estadão Conteúdo - Parlamentares da oposição protocolaram uma representação contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) sob a acusação de ter praticado crime de racismo durante uma palestra realizada no Clube Hebraica, na zona sul do Rio, na última segunda-feira (3).
Na ocasião, o parlamentar fez afirmações preconceituosas e jocosas sobre negros, indígenas, mulheres, gays, refugiados e integrantes de ONGs.
LEIA TAMBÉM » Bolsonaro é repudiado por senadores após afirmar que afrodescendentes de quilombos “não servem nem para procriar” Na peça, os parlamentares afirmam que, durante a palestra, Bolsonaro disse que tinha ido a um quilombo e que o “afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas”. “Não fazem nada.
Eu acho que nem para procriador ele serve mais.” O deputado teria dito ainda que o governo gastava mais de R$ 1 bilhão por ano com os quilombos, e que, se ele fosse eleito presidente da República, não iria “ter nenhum centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola”. » Bolsonaro bate continência para Moro e é desprezado » Cúpula do PR tenta atrair Bolsonaro Na representação, os deputados e senadores afirmam que Bolsonaro “ainda não percebeu que o País evoluiu, a sociedade acordou e não aceita, não compactua e não silenciará jamais diante de condutas desse jaez”.
O documento também registra ser “importante destacar que o representado é reincidente nas violações de direitos humanos e em ataques da espécie, de modo que sua conduta social e os caminhos tortuosos por ele trilhado agravam as ofensas aqui delineadas e certamente deverão ser consideradas na persecução penal”. » Vice-procurador eleitoral pede aplicação de multa a Bolsonaro e Lula » “Se chegar lá, vou botar militares em metade dos ministérios”, diz Jair Bolsonaro Para a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que participou da entrega da representação ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o parlamentar precisa sofrer uma “punição severa”, já que Constituição torna o crime de racismo um crime inafiançável. “Ele é racista, preconceituoso, machista, ele é tudo isso.
Como a gente vai aceitar que um parlamentar, que está investido de autoridade, de imunidade, que tem que representar o interesse da população, possa dizer uma coisa dessa impunemente”, afirmou. » Turma do STF rejeita recurso de Bolsonaro em denúncia de incitação ao estupro » “Vão comer seu fígado e o meu”, diz Bolsonaro ao filho em flagra no WhatsApp Se entender que houve crime, a Procuradoria-Geral da República poderá entrar com um pedido de abertura de inquérito contra o deputado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro já é réu no Supremo sob a acusação de incitação pública ao crime de estupro, por ter declarado que “não estupraria a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) porque ela não mereceria”.