O líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT - PE), cumpriu agenda, na sexta-feira (31) no Agreste Meridional pernambucano.

O petista foi convidado para participar de eventos nas cidades de Jupi e Angelim e debateu sobre “todos os retrocessos que o Governo Temer está impondo aos brasileiros”. “Precisamos mostrar para todo o País o que este presidente não eleito quer fazer com as pessoas, principalmente as mais humildes.

Estamos perdendo os direitos que conquistamos nesses últimos 13 anos e não podemos ficar calados”, afirmou Humberto Costa.

Na sexta-feira pela manhã, o parlamentar participou da Reunião Regional dos Conselheiros Tutelares do Agreste, que aconteceu no município de Jupi reunindo 57 Conselhos Tutelares e mais de 130 pessoas. “Tenho uma grande ligação com os conselheiros tutelares do Estado, pois sei da carência de recursos desses lutadores que atuam numa área de grande importância que é a segurança das nossas crianças e adolescentes”, disse Humberto.

O senador lembrou que já destinou, por intermédio de emendas parlamentares, 23 kits do conselho tutelar para diversos municípios de Pernambuco e que neste ano está garantindo mais 10 kits. “Ao todo estamos ajudando 33 conselhos tutelares a desenvolver melhor seu trabalho.

E já me comprometo aqui para, no próximo ano, conseguir mais recursos para a área”, garantiu o petista.

O kit de equipagem, destinado aos municípios, é composto por carro, computadores, impressora, geladeira e até bebedouro.

O material serve para que os conselhos tutelares ampliem e melhorem o atendimento.

Para Humberto, a ação fortalece as entidades que lidam diretamente com crianças e adolescentes.

Após a agenda em Jupi, o parlamentar seguiu para Angelim onde participou de audiência pública sobre as reformas da Previdência e Trabalhista, proposta pela Câmara de Vereadores, a pedido do vereador petista Oliveira.

Também estiveram presentes no evento o presidente da Fetape, Doriel Barros, e o prefeito de Angelim, Douglas Duarte, além de vereadores, e representantes de sindicatos de toda a região. “Essas duas reformas prejudicarão a vida de milhares de brasileiros.

Temer quer atingir trabalhadores rurais, mulheres e aquelas pessoas que sempre estiveram à margem da sociedade.

Estamos vivendo uma crise econômica com um grande número de desempregados, onde muitas vezes a aposentadoria é a única fonte de renda da família.

Não é o momento de se fazer uma reforma”, disse o senador, aliado de Dilma, afastada do poder depois de ter gerado mais de 12 milhões de desempregados pelo Brasil.

Humberto Costa falou também da nova Lei da terceirização, sancionada por Temer na última sexta-feira (31). “Vai piorar ainda mais a situação dos trabalhadores.

Essa terceirização irrestrita vai prejudicar os brasileiros de uma forma inaceitável.

São retrocessos aos quais não podemos nos submeter, depois de tantos anos que lutamos para assegurar essas conquistas”, disse Humberto Costa.

NOTA DE REPÚDIO Nova Central Sindical repudia sanção da terceirização no País José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores A Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), entidade que representa trabalhadores em todos os segmentos, vem a público apresentar de forma veemente a presente nota de repúdio à sanção, na noite de sexta-feira (31/03), do PL 4302/98, que institui a terceirização de forma irrestrita, inclusive no serviço público.

A aprovação do projeto na Câmara e a sanção pelo presidente Michel Temer, sem salvaguarda nenhuma a trabalhadores, não ouviram o clamor popular e atropelaram todo o diálogo construído entre as entidades sindicais e o governo, visando apresentar uma Reforma Trabalhista justa e viável antes da discussão do trabalho terceirizado.

A Nova Central reafirma que não aceita a terceirização na atividade fim e sem a responsabilidade solidária da empresa contratante.

Neste sentido, não medirá esforços para que estes e outros pontos também nocivos aos trabalhadores sejam revertidos, participando dos atos do próximo dia 28 de abril por todo o Brasil, caminhado ao lado do povo brasileiro e demonstrando sua indignação às sucessivas ações de desmonte dos direitos trabalhistas.

Para a NCST, a afirmação de que terceirização aumentará o número de empregos no País é totalmente falaciosa.

Os altos índices de desemprego no Brasil passam pela má condução da economia brasileira, o abandono do tripé econômico e casos de corrupção que desmantelaram estatais, fatores que causaram um colapso em setores importantes para a geração de postos de trabalho e nos levaram para a maior recessão da história.

Mas, como ocorre em toda crise, a população é obrigada a pagar a conta da ineficiência de governantes.

A terceirização, conforme permite o PL 4302/98, também enfraquece a relação de trabalho e desqualifica o trabalhador, o deixando exposto e sem apoio em caso de demissão ou enfermidade.

Pesquisas do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apontam que oito em cada dez acidentes de trabalho ocorrem com terceirizados.

Ainda segundo o estudo, neste tipo de relação trabalhista o funcionário recebe cerca de 25% menos e trabalha até três horas a mais que celetistas.

Por não ter a cobertura da CLT, cria-se ainda uma relação empresa-empresa e o capital humano é desprezado – revivendo regras aplicadas no século XIX, início da primeira revolução industrial.

Em outras palavras, os únicos beneficiados pela terceirização serão os empregadores, que obterão mais lucros em detrimento do trabalhador.

A NCST acredita que somente com investimento e a qualificação e valorização do trabalho voltaremos ao crescimento da economia, com leis que protejam a integridade do trabalhador, principal patrimônio brasileiro.

Por isso, continuará lutando para que projetos que flexibilizem a relação capital e trabalho sejam combatidos e extintos, e que a Consolidação das Leis Trabalhistas, direito adquirido após anos de lutas de movimentos sociais e sindicais, seja fortalecida e prevaleça sobre quaisquer circunstâncias.