Quem lidera Pernambuco?
Por Adriano Oliveira, doutor em ciência política e professor da UFPE Os eleitores julgam os gestores considerando diversos fatores.
Isto significa que um governador é aprovado em virtude de algum ou vários aspectos.
A variável avaliação da administração é composta por indicadores, por exemplo, avaliação dos serviços públicos.
Os hábitos dos eleitores servem para explicar a aprovação ou reprovação do gestor público.
Se eleitores frequentam costumeiramente postos de saúde, eles adquirem condições de avaliá-los.
Se o eleitor aprova o serviço do posto de saúde, ele julga positivamente o gestor.
A qualidade do serviço público de saúde influencia o julgamento dos eleitores.
O estado da segurança pública e o transporte público também.
Quando o eleitor tem sensação de insegurança ou escuta cotidianamente relatos sobre atos violentos, eles reprovam o gestor público.
Se o usuário reprova a qualidade do transporte público, ele avalia negativamente o gestor.
Eleitores sabem apontar o culpado pela deficiência de dado serviço público.
E sabem de quem é a responsabilidade para a solução dos problemas.
Pesquisa do Instituto Uninassau revela que o governador Paulo Câmara tem 74% de reprovação no Estado.
A pesquisa mostra que segurança pública, desemprego e saúde são os principais problemas de Pernambuco.
Os responsáveis para resolver os referidos problemas, segundo parte majoritária dos eleitores, é o atual governador.
As demandas dos eleitores e a responsabilização que estes dão ao governador explicam a sua alta reprovação.
Quais as chances do governador ser reeleito?
Para novo sucesso eleitoral, o governador Paulo Câmara precisa criar narrativas que expliquem e justifiquem a real situação do Estado para o eleitor.
E concomitantemente, prover ações concretas para atender, em parte, as demandas dos eleitores.
O governador Paulo Câmara não tem forte opositor, como bem mostra a pesquisa do Instituto Uninassau.
O recall do senador Armando Monteiro é baixo.
Lembro que Monteiro foi o principal adversário do atual governador na eleição de 2014.
O porcentual de eleitores que não escolheram nenhum candidato é alto.
Conclusão: a ausência de um nome forte eleitoralmente da oposição e a alta reprovação do governador sugerem que os pernambucanos estão à procura de um líder.