Já colocando-se como pré-candidato ao Senado por Pernambuco em 2018, o vice-líder da oposição a Michel Temer (PMDB) na Câmara, Sílvio Costa (PTdoB), voltou a declarar a sua intenção para o ano que vem em entrevista ao Resenha Política nesta sexta-feira (31).

O parlamentar também comentou o cenário político nacional, criticando as reformas do governo Temer.

Ao falar sobre o impeachment de Dilma Rousseff (PT), quando foi um dos principais defensores da petista, disparou: “Tiramos uma mulher digna para botar ’esse povo’ que está aí. ‘Esse povo’ não tem currículo, tem folha corrida.” De oposição ao PSB de Pernambuco, Sílvio Costa lembrou as operações que derivam da Lava Lato e aconteceram em Pernambuco - como a Fair Play e a Turbulência. “Há quem diga que o modus operandi de Cabral (ex-governador do Rio que está preso) era o mesmo de Pernambuco.

A diferença era a ostentação”, disse. “Se não der nada para esse povo, é porque a Lava Jato deu errado.” » Assista à primeira parte da entrevista: Sílvio Costa admitiu, porém, que a gestão de Dilma Rousseff cometeu equívocos na condução da economia, como na desoneração da folha de pagamento. “Teve um problema de fluxo de caixa”, disse.

Essa semana, o ministro da Fazenda de Temer, Henrique Meirelles, anunciou a “reoneração”, em que o benefício deixará de ser concedido para a maioria dos setores, sendo mantido apenas para transporte rodoviário e metroviário de passageiros, de construção civil e obras de infraestrutura e de comunicação.

A medida foi tomada para tentar reduzir o rombo no orçamento.

Em vigor desde 2011, a desoneração beneficiava 56 setores da economia, que pagam 2,5% ou 4,5% do faturamento para a Previdência Social, dependendo do setor, em vez de recolherem 20% da folha de pagamento. » Assista à segunda parte da entrevista: Sílvio Costa, no entanto, criticou a reforma da Previdência e previu que a proposta deve levar a aprovação negativa de Temer a subir - no Nordeste chega a 67% a avaliação ruim ou péssima. “Esse cara pode gastar R$ 1 bilhão de publicidade que não vai conseguir mudar uma realidade.

O governo Michel Temer é um governo que quer tirar direito de trabalhador.

Se autointitula governo das reformas, mas serve a parte da elite paulista que roubou esse País há 500 anos”, afirmou. “Vai crescer a rejeição.” O deputado defendeu a inclusão das Forças Armadas no sistema de Previdência dos servidores públicos.

Além disso propôs a taxação de grandes fortunas, o imposto sobre a herança aos moldes dos Estados Unidos e a regulamentação dos cassinos, que, segundo ele, gerariam R$ 15 bilhões por ano de arrecadação. “Não posso concordar que esse cara mande um projeto para as pessoas trabalharem 49 anos.

Não vou discutir uma reforma para tratar desiguais como semelhantes”, disse. “Ele não tem legitimidade para isso nem como cidadão nem como presidente.

Como cidadão porque se aposentou aos 54 anos com um salário de R$ 30 mil e como presidente não tem o cheiro das ruas.” Paulo Câmara e eleições de 2018 Pai do líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Sílvio Costa Filho (PRB), para o deputado federal, Paulo Câmara pode sequer se candidatar em 2018. “Paulo Câmara, infelizmente, não é líder”, afirmou. “Paulo Câmara, você olha para ele, com todo o respeito às avós, parece um menino criado por avó. É um menino bonzinho, tem um bom layout.

Mas tem que ser líder para governar.” Além disso, considerou que o projeto do PSB tem “fadiga de material”. “Geraldo Julio se reelegeu parte por causa do desgaste do PT.” O prefeito do Recife venceu no segundo turno contra a chapa de Sílvio Costa Filho, que era candidato a vice de João Paulo (PT).

O parlamentar criticou principalmente a situação da segurança e da saúde no Estado.

Questionado sobre o que faria para resolver a crise da violência, o deputado sugeriu primeiramente regionalizar a segurança, chamando, por exemplo, os prefeitos da Região Metropolitana do Recife, para melhorar a iluminação pública.

Em reunião com os gestores municipais, Paulo Câmara já havia feito o pedido. “O fato de Paulo não ser líder, não ter postura de líder, influencia na ponta”, afirmou ainda Sílvio Costa.

Apesar da aproximação de Armando Monteiro Neto (PTB), seu aliado, do PSDB e do DEM, para o deputado, ele deverá estar no palanque petista. “Não é verdade que o senador bateu o martelo com o PSDB e o DEM.

Ele é o líder da oposição e tem o direito de dialogar.

Ele está dialogando, nós estamos no gerúndio.

As convenções vão ocorrer em agosto de 2016.

Não tenho dúvida de que o senador vai ficar no nosso conjunto, no nosso campo.”