O diretor-presidente do Detran, Charles Ribeiro, confirmou ao Blog de Jamildo, durante o programa Passando a Limpo, nesta manhã de sexta-feira (31), a abertura de procedimentos disciplinares contra funcionários do órgão, após mais de 45 dias de greve.
De acordo com o dirigente, uma pequena mas barulhenta minoria dos servidores do Detran está em greve, há mais de um mês.
Ele disse que era a sexta greve, em pouco mais de dois anos. “Causam transtornos à população, mas nem mesmo há uma pauta de reivindicações efetivamente em discussão.
Os servidores do órgão tiveram, nesse período, reajustes salariais e benefícios superiores a outras categorias, o que faz ainda mais incompreensível a paralisação dos serviços”.
A direção do órgão reclamou ainda que a greve ignora várias decisões judiciais que, desde 15 de fevereiro, declararam a ilegalidade do movimento, determinaram o retorno ao trabalho e impuseram multas de valores muito significativos.
Segundo fontes do Detran, a partir de hoje finalmente começarão a ser abertos procedimentos disciplinares individuais para apuração de faltas funcionais praticadas durante o período.
Os servidores podem até mesmo ser demitidos.
Há mais de trinta dias que o Tribunal determinou o retorno às atividades e a falta ao serviço sem justa causa por mais de trinta dias configura abandono de emprego.
No caso, será apurada a prática de uma série de atitudes que alguns servidores adotaram para atrapalhar o funcionamento do Detran e constranger colegas para não trabalharem.
Está tudo documentado, inclusive com vídeos do sistema de câmeras do Detran.
Os grevistas fizeram de tudo: ameaçaram e agrediram colegas, invadiram postos e ambientes de trabalho, impediram o acesso de usuários, quebraram fechaduras, desligaram quadros de luz.
Chegaram a pulverizar produtos químicos com cheiro desagradável para inviabilizar a presença em salas do Detran.
No ar, na rádio Jornal, Charles Ribeiro confirmou os problemas com um grupo de funcionários. “Vocês não sabem o que a gente passa aqui dentro”.
Ele disse que a substância usada nas salas dos grandes clientes era conhecida como ‘peido de macaco’. “Os líderes do movimento parecem desconhecer que a desobediência a ordem judicial configura crime.
No processo em curso no TJ já foram apresentadas provas da desobediência e certamente tudo será encaminhado para o Ministério Público.
Também não se preocupam com o futuro do sindicato, que irá ficar devendo uma fortuna, já que o valor diário da multa é de oitenta mil reais por dia.
As multas estão se acumulando desde fevereiro.
E parecem não ter problemas pelo fato de não receberem seus salários por força dos descontos dos dias parados, que vêm sendo feitos pelo governo”, observa um fonte comentando o impasse.