A Confederação Nacional da Indústria (CNI), comentando a pesquisa divulgada nesta sexta-feira, disse que o custo político de promover as reformas necessárias para impulsionar o crescimento do país reduziu a popularidade do presidente Michel Temer.
A CNI disse acreditar que o primeiro passo no caminho de ajustar as contas públicas foi dado com a emenda constitucional que limita o aumento dos gastos públicos por 20 anos. “Outros movimentos já iniciados pelo governo, como a reforma da Previdência e a modernização das relações do trabalho, são imprescindíveis para aumentar a estabilidade fiscal e colocar o país de novo no rumo do crescimento.
Para a Confederação, o país precisa garantir o equilíbrio orçamentário e criar um ambiente de negócios favorável aos investimentos.
Só assim será possível retomar o crescimento do país e a geração de empregos”. “A pesquisa mostra o custo enfrentado pelo governo para garantir a adoção dessas medidas que trarão o equilíbrio orçamentário no longo prazo.
Entre as notícias mais lembradas pela população, a reforma da Previdência aparece em primeiro lugar, citada por 26% da população.
Em dezembro de 2016, apenas 2% lembraram alguma notícia sobre a reforma, evidenciando maior exposição da população ao tema nos primeiros meses de 2017”.
Segundo a pesquisa da CNI, o percentual de brasileiros que consideram o governo como ótimo ou bom passou de 13% para 10%, entre dezembro de 2016 e março de 2017, de acordo com a pesquisa CNI-Ibope.
Os brasileiros com menor grau de instrução são os menos pessimistas.
Entre os que possuem até a 4ª série do ensino fundamental, 19% acreditam que o restante do governo será ótimo ou bom, percentual que cai com o aumento do grau de instrução e chega a 11% entre os que possuem ensino superior.
O levantamento foi feito entre os dias 16 e 19 de março, com 2.000 pessoas em 126 municípios.
O percentual dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo passou de 46% para 55%.
A parcela dos que aprovam a maneira de governar caiu de 26% para 20%.
Para 56% dos entrevistados, no entanto, o governo Temer é melhor ou igual ao governo Dilma.
Os impostos e as taxas de juros são os itens com pior avaliação do governo.
Dos entrevistados, 85% desaprovam a carga tributária e 80% as taxas de juros.
Em seguida, aparecem as áreas de saúde e segurança pública, com 79% cada uma.
Das nove áreas avaliadas, houve alteração apenas em duas delas entre dezembro de 2016 e março de 2017.
Houve aumento no percentual dos que desaprovam as ações e políticas relativas a impostos - passou de 80% para 85% -, e redução dos que aprovam as políticas e ações de combate à fome e à pobreza - caiu de 26% para 2%.