O prefeito de Olinda, Lupércio (SD), entregou nesta quinta-feira (30) ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) um relatório em que aponta uma dívida de R$ 149.342.118,98 no município, deixadas pelo seu antecessor, Renildo Calheiros (PCdoB), que ficou no cargo por oito anos.

O déficit orçamentário previsto para este ano é de R$ 5 milhões a gestão atual culpa a anterior pela dificuldade financeira.

Do total da dívida do município, a maior parte é consolidada.

Esse valor é de R$ 122.082.795,91.

O restante, R$ 27.259.538,90, inclui restos a pagar de R$ 17.722.112,78 e R$ 9.537.526,12 em despesas de exercício passado, como licença-prêmio e férias não gozadas dos servidores, por exemplo.

LEIA TAMBÉM » Jesus Tricolor ganha cargo na gestão de Lupércio » Polícia Federal abre inquérito sobre a campanha de Lupércio A secretária da Fazenda e Administração de Olinda, Janaína Acioli, acusa a gestão de Renildo Calheiros de gerar a dívida por ser “desorganizada”. “O sentimento da equipe é que não havia esforço administrativo da gestão passada para implementar uma administração eficiente”, afirmou através da assessoria de imprensa.

Para ela, o débito pode ter como consequência a redução dos investimentos na cidade.

A gestão de Lupércio se defende afirmando que tomou ações para reduzir as despesas e reduzir o déficit no orçamento, que é de R$ 802.414.000, aprovado em 2016.

Uma das ações foi o corte de 338 contratos com pessoas físicas - o número no ano passado era de 1.457 e agora são 1.119.

Sem dar prazos, a prefeitura pretende substituir contratos de pessoas que atuam em creches e nas portarias das escolas por serviços prestados através de uma empresa terceirizada. » MPF processa ex-prefeito de Olinda Renildo Calheiros » Câmara de Olinda aprova projeto que dobra vencimentos do presidente O prefeito afirmou que vai fazer uma reforma administrativa para extinguir os cargos desnecessários.

Foi anunciado que 15% das vagas de comissionados não estão ocupadas para reduzir custos - são 802 cargos disponíveis e hoje são 685 profissionais no quadro.

A equipe de Lupércio, porém, não divulgou se houve redução em relação à gestão passada.

Para ajustar as contas, a prefeitura implantou este ano a unificação das comissões de licitação.

Agora, os produtos serão licitados corporativamente, e não mais atendendo as demandas individuais das secretarias.

A medida foi tomada para evitar que o mesmo material tivesse preços diferentes em cada uma das pastas.

Além disso, foi iniciado o processo de tombamento dos móveis e equipamentos, que tem prazo de seis meses para ser concluído.