O presidente Michel Temer (PMDB) usou o discurso na abertura da 10ª Brazil Conference do Bank of America Merrill Lynch, em São Paulo, nesta quarta-feira (29), para voltar a defender a reforma da Previdência.
O peemedebista afirmou que, se não forem feitas mudanças no sistema de aposentadorias, o País irá perder a capacidade de investimento em sete anos. “Em 2024, nós só vamos ter verba pública para pagar os servidores públicos e a Previdência”, disse. “Não pense em investimento de nenhuma maneira, não pense em programas sociais de nenhuma maneira, porque a verba projetada para 2024, e como diz o meu ministro Padilha (Eliseu, da Casa Civil), 2024 é amanhã. É daqui há sete anos, e sete anos passa de uma maneira extraordinária”, disse ainda.
Temer citou os exemplos do desequilíbrio das contas no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais como argumento. “E digo eu, que na verdade há exemplos concretos em que a imprevidência social, imprevidência de alguns setores, de alguns estados, podem levar a situações dramáticas.” O presidente reclamou que tem visto “informações inverídicas sobre a Previdência”.
Ele defendeu a idade mínima de 65 anos para se aposentar e disse que hoje a média do benefício é de 76% a 80%, não de 100% do valor. “Você, com esta medida, 65 anos e 25 anos de contribuição, já começa com 76%.
Se você tivesse 35 anos de contribuição, você começa com 86% e assim sucessivamente.
Portanto, mais do que os dias atuais”, alegou. “Para tanto, nós estamos fazendo regras de transição que permitem que muito proximamente, muito brevemente, a economia nacional, as finanças públicas, possam estar mais equilibradas.
E não possa gerar o que gerou na Grécia, o que gerou em Portugal, o que gerou na Espanha, o que gerou na França”, defendeu o presidente. “Se não fizer agora daqui a três anos tem que fazer.
Porque senão, daqui a sete, nós paralisamos o País.” Uma semana após não ter apoio total da base aliada no projeto da terceirização e gerar expectativa sobre qual seria o resultado na reforma da Previdência, Temer pediu ao Congresso para aprovar a proposta.
Uma das críticas dos deputados é com relação à aposentadoria rural.
Depois do recuo ao retirar servidores municipais e estaduais, o presidente admitiu que pode voltar atrás também nesse fator.