Uma semana depois de o projeto de terceirização ter sido aprovado, na última quarta-feira (22) pelo Congresso, CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB, CSP-Conlutas, Intersindical e CGTB se reuniram na UGT, em São Paulo, para definir os rumos da luta contra as reformas do governo Temer em discussão no Congresso Nacional.
Os dirigentes decidiram marcar um Dia de Paralisação Nacional, no dia 28 de abril.
As centrais prometem que as manifestações serão precedidas de atos, protestos, mobilizações e panfletagem, com objetivo de acumular forças para o dia e chamar as categorias profissionais, os movimentos sociais e setores sociais para a paralisação. “As Centrais Sindicais estão, decididamente, unidas em defesa dos direitos dos trabalhadores da ativa e aposentados.
A reforma da Previdência, a trabalhista e a terceirização da atividade-fim nos unificam e criam forte clamor popular contra a agressão a direitos e conquistas”, disse Ricardo Patah, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores.
Mesmo antes da promessa de greve geral, o governo tem se incomodado com as críticas dos sindicatos.
De acordo com a Coluna do Estadão, em resposta as críticas, o governo propõe o fim da contribuição sindical, que pode ser definido por meio de projeto de lei, bastando os votos da maioria dos deputados presentes para derrubar a obrigatoriedade da cobrança.
A medida do fim do imposto sindical, que será incluída no texto da Reforma Trabalhista em discussão na Câmara dos Deputados, conta com o apoio de parte da bancada governista.
O Brasil tem hoje 17.068 entidades sindicais, enquanto países como Alemanha têm oito e a Argentina, perto de 60.
Segundo o Estadão, nos últimos cinco anos, sindicatos patronais e de trabalhadores amealharam R$ 15 bilhões com o desconto obrigatório de um dia de serviço.
De acordo com as centrais sindicais, o esquenta para o dia 28 de abril começa em 31 de março, quando CUT, CTB e outras entidades farão atos em todo o País contra as reformas.
Em Pernambuco, a CUT Pernambuco, as Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo realizaram no próximo dia 31 de março (sexta-feira), “Dia Nacional de Mobilização, com Ato Público, às 15h, na Praça da Independência, no Centro do Recife. “O “Dia Nacional de Mobilização” servirá para organizar a classe trabalhadora para a greve geral, que deve ocorrer no dia 28 de abril.
Durante esse período, os sindicatos realizarão assembleias, reuniões, plenárias e manifestações nas empresas, portas de fábricas e locais de trabalho”, diz a entidade.. “Estaremos na rua contra as reformas da Previdência e Trabalhista e contra o projeto de lei (PL 4302) que permite a terceirização sem limites nas atividades fins das empresas privadas e dos serviços públicos.
Por tudo isso, toda a classe trabalhadora tem motivo para ir às ruas no dia 31 de março. É hora de reagir e combater a terceirização ilimitada, a PEC 287 (Reforma da Previdência) e o PL 6787 (Reforma Trabalhista) que rasga a CLT” disse o presidente da CUT-PE, Carlos Veras. “O único caminho para a mudança é a luta, é a resistência.
O que pode alterar o cenário que vivemos atualmente é o nosso calendário de lutas, a começar pelo dia 31 de março, de luta e a paralisação rumo à greve geral no dia 28 de abril contra retirada de direitos. É hora conversar nos locais de trabalho, na igreja, nas escolas, nas universidades, e mostrar à população que se não nos mobilizarmos, todos os direitos serão jogados fora.
Hoje, estamos mais fortes do que antes do dia 15 de março”, disse.
No plano nacional, as centrais apostam no uso dos metroviários.
No início da reunião desta semana, os dirigentes do Sindicato dos Metroviários entregaram carta às Centrais, enfatizando “o sucesso” das manifestações de 15 de março – quando fizeram paralisação de 24 horas na capital paulista. “A categoria já rejeitou essa política do governo Temer e coloca-se à disposição das Centrais para ajudar na construção da greve geral", diz o documento. “O sindicalismo fez atos fortes, nacionais, com grande número de categorias profissionais.
A população apoiou com entusiasmo nossas ações.
Acumulamos força para fazer um grande protesto nacional dia 28 de abril”, disse João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário-geral da Força.
Hoje, dirigentes das Centrais estarão no Senado para encontros com o líder do governo Romero Jucá e o presidente da Casa, Eunício Oliveira, a fim de tratar das recomendações de vetos ao PL 4302/98 (terceirização) – aprovado na Câmara – e a votação do PLC 30/2015 (antigo PL 4330/2004 – que trata do mesmo tema) pelos senadores.
Na semana passada, Eunício Oliveira afirmou que tem o compromisso de pautar o PLC 30/15 assim que ele estiver pronto para ir ao plenário.
Segundo Jucá, após aprovados os dois projetos, a expectativa é que, no momento da sanção presidencial, a proposta seja analisada juntamente com as centrais ponto a ponto.
Com informações da Agência Sindical