Estadão conteúdo- O chefe do Centro de Estudos Tributários da Receita Federal, Claudemir Malaquias, disse nesta segunda-feira, 27, que a atividade econômica vem se recuperando em ritmo lento, mas a melhora já começa a se refletir na arrecadação de impostos.

O recolhimento de tributos ficou praticamente estável em fevereiro (queda real de 0,09%), mas impostos ligados à produção industrial e ao faturamento das empresas mostraram crescimento.

A arrecadação do IRPJ e da CSLL aumentou 15,65%, e a do Imposto sobre Produtos Industrializados subiu (IPI) 9,8%, ambas em relação a fevereiro de 2016. “O aumento na arrecadação do IRPJ e da CSLL sinaliza que empresas esperam lucros maiores”, afirmou Malaquias.

Ele ressaltou que a arrecadação do IPI está voltando aos patamares de antes de 2015, considerados “normais” pela Receita.

O Imposto de Renda retido na fonte sobre rendimentos do trabalho aumentou 5,02%.

Malaquias atribui esse crescimento aos reajustes em algumas categorias, principalmente no funcionalismo público, já que, segundo ele, o nível de emprego ainda não se recupera na mesma velocidade que a indústria.

Já o recolhimento do Imposto de Importação caiu 27,32% principalmente por conta da taxa de câmbio.

Arrecadação com royalties teve alta real de 71,6% A arrecadação com royalties de petróleo ajudou mais uma vez a arrecadação de impostos no mês passado.

Dados de fevereiro mostram salto real de 71,61% com essas receitas no primeiro bimestre na comparação com igual período de 2016.

No acumulado de janeiro e fevereiro, foram arrecadados R$ 6,562 bilhões com royalties, segundo dados apresentados nesta segunda-feira, 27, pela Receita Federal.

Segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, o aumento real de 0,36% da arrecadação no mês passado foi influenciada diretamente pelos royalties. “O aumento em fevereiro é relacionado majoritariamente com os royalties de petróleo.

O setor teve um ano passado muito fraco e há recuperação da atividade de petróleo e gás”, disse.

Mesmo quando excluída a arrecadação com os royalties, os números gerais mostram que há “estabilização das receitas federais com viés de crescimento”, diz Malaquias.

O técnico da Receita nota que, desde o programa de refinanciamento de dívidas tributárias do segundo semestre do ano passado, há “indicação positiva ou diminuição da tendência negativa”.

Ao comparar a atividade econômica com a evolução recente dos impostos, Malaquias nota que a atividade caiu mais que a própria arrecadação de tributos.