Com informações da Folha de S.
Paulo No conteúdo das delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht que estão sendo analisados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) estaria uma acusação contra o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) de receber R$ 1 milhão da empreiteira para a sua campanha de 2014, através de caixa dois.
O valor, segundo o jornal Folha de S.
Paulo, seria uma contrapartida para que a Odebrecht ficasse com o lote 4 das obras do Canal do Sertão Alagoano.
O assunto, de acordo com o jornal, foi tratado na delação de João Pacífico, ex-diretor da construtora no Nordeste.
Fernando Bezerra Coelho foi ministro da Integração Nacional entre 2011 e 2013, os primeiros anos do governo Dilma Rousseff (PT), período em que a obra foi negociada.
A campanha do socialista teria sido beneficiada porque os recursos para o canal sairiam da pasta dele.
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Paulo, a defesa do senador afirmou que ele está à disposição das autoridades para esclarecimentos. “E de informações para comprovar - a exemplo do que foi demonstrado de forma cristalina na peça completa de defesa já apresentada ao STF (em fevereiro) - que os atos do parlamentar são lícitos.
A defesa do senador observa que nestes 35 anos de vida pública de Fernando Bezerra Coelho não há qualquer condenação em desfavor do parlamentar”, diz ainda nota enviada ao Blog de Jamildo.
Com orçamento de R$ 1,5 bilhão, a obra foi projetada para ter 250 quilômetros de extensão, levando água para cerca de um milhão de pessoas em 42 municípios de Alagoas.
Porém, dez anos depois de começar - teve início em 2002, mas só ganhou força a partir de 2007 -, ainda não chegou à metade.
Já foram investidos R$ 2 bilhões.
Além da Odebrecht, outras duas empresas envolvidas na Lava Jato participaram do projeto, a OAS e a Queiroz Galvão. » “Isso é uma discriminação”, diz FBC sobre exclusão de parentes de políticos da repatriação » Fachin indefere recursos de FBC e Aldo Guedes e denúncia segue no STF » Sem crise, FBC e Humberto Costa aumentam gastos no Senado Com relação à obra, as delações também citaram o ex-governador de Alagoas e presidente do PSDB no Estado, Teotônio Vilela Filho.
O tucano teria recebido R$ 2,8 milhões em propina durante seu mandato, de 2007 a 2014.
Segundo os delatores, ele cobrou 2,25% de propina de contratos da obra do canal, dinheiro repassado ao político e a dois agentes públicos ligados à Secretaria de Infraestrutura local. À Folha de S.
Paulo, o tucano afirmou que desconhece as informações e disse que nunca negociou favores ou autorizou qualquer pessoa a fazer isso por ele.
Na última terça-feira (21), a Polícia Federal deflagrou a Operação Satélites, com base nas delações da Odebrecht.
A ação foi contra pessoas ligadas aos senadores Humberto Costa (PT-PE), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Valdir Raupp (PMDB-RO).
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Recife, entre eles contra o ex-gerente da Petrobras Djalma Rodrigues de Souza, alvo da Operação Catilinárias, em 2015, que também incluiu um escritório de Fernando Bezerra Coelho em Petrolina. À Folha de S.
Paulo, a defesa do socialista afirmou que desconhece qualquer menção ao senador na operação dessa semana.