Entidades que se apresentam como represente dos trabalhadores da Segurança Pública que atuam em Pernambuco realizam, na próxima terça-feira (28), a partir das 9h, na Praça do Derby, um ato unificado contra a reforma da Previdência, tão crucial ao ajuste das contas públicas nacionais, mas ignorado pelas corporações de servidores, em vários níveis.

Participam da mobilização o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL-PE), a Ordem dos Policiais do Brasil (OPB), Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (ADEPPE), Associação dos Peritos Papiloscópicos Policiais Civis de Pernambuco (ASPPAPE), Sindicato dos Policiais Federais de Pernambuco (SINPEF), Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais (SINPRF), Sindicato dos Guardas Municipais do Recife e Ipojuca (SINDGUARDAS), e outras categorias. “Baseado no mito do déficit da previdência social, uma mentira descarada, o governo federal tenta convencer a população brasileira que só promovendo essa devastadora “reforma” as contas públicas serão ajustadas e, assim, outros programas e benefícios sociais não seriam cortados.

Contudo, a verdade é que a previdência compõe o tripé da seguridade social, integrado ainda pela assistência social e saúde, tornando-se assim superavitária (arrecada mais do que gasta)”, argumentam, em material que promove o ato. “Se não há déficit real, para onde está indo todo esse dinheiro?

Ignorando a Constituição brasileira, que diz que os valores arrecadados por esse sistema não poderiam ser gastos em outras áreas, o Governo tem desviado esses recursos para o pagamento de juros sobre juros da obscura dívida pública do país.

Em 2015, por exemplo, foram gastos R$ 501 Bilhões com o pagamento desses juros ao restrito capital rentista (bancos), enquanto a previdência gastou R$430 Bilhões, que beneficiaram diretamente 27 milhões de pessoas”, dizem, em outro ponto.

A ladainha contra as reformas também ataca o presidente Temer. “Michel Temer escolheu retirar direitos dos que mais precisam, penalizando a classe trabalhadora pelos acordos que fez com banqueiros, grandes entidades empresariais, setores do Judiciário e da mídia no processo do golpe.

Também escolheu ignorar a taxação das grandes fortunas, o enfrentamento aos sonegadores de impostos (muitos deles financiadores de diversas campanhas políticas) e a redução dos supersalários da classe política, o que demonstra claramente quem são seus aliados.

Vale salientar que o então presidente se aposentou aos 54 anos, recebe R$ 30.613,00 (trinta mil seiscentos e treze reais), e não será atingido pela “reforma”, descrevem.

Fetape na luta contra a reforma A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (FETAPE) e seus Sindicatos filiados também estão realizando, desde o início do ano, Audiências e Atos Públicos sobre a Reforma da Previdência.

As atividades foram intensificadas neste mês de março, em todas as regiões, e devem ganhar força no mês de abril, quando também será realizado o Grito da Terra Estadual, que trará esse tema como uma de suas pautas centrais. “O objetivo é repassar informações à população sobre a grande ameaça que essa proposta, apresentada pelo Governo Temer, representa para a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, especialmente os do campo; e também para a produção de alimentos e a economia dos municípios”, diz a entidade. “Estaremos reunindo os nossos parceiros, buscando realizar uma luta unificada, durante o Grito da Terra, porque essa Reforma tem o objetivo de retirar direitos de toda a classe trabalhadora, e não só dos rurais.

Juntos, vamos cobrar dos deputados estaduais e do governo do estado que se posicionem contrários a essa proposta do Governo Federal.

Já estamos dialogando diretamente com os deputados federais pernambucanos, mas é muito importante essa articulação dos parlamentares da Assembleia Legislativa e do governador com suas bancadas, para fortalecer a necessidade de um voto que respeite os anseios dos trabalhadores e trabalhadoras, isto é, de um voto contrário à Reforma da Previdência”, afirma o presidente da Fetape, Doriel Barros.

Pelo atual projeto de reforma da Previdência (Proposta de Emenda Constitucional - PEC 287), fica estabelecida a idade mínima de 65 anos para aposentadoria, com exigência de 25 anos de contribuição, para todos os trabalhadores, do campo e da cidade, homens e mulheres.

Já no caso da aposentadoria por tempo de contribuição, a exigência passará de 35 para 49 anos contribuídos, para que a pessoa receba o valor integral.

As atividades realizadas pela Fetape e seus Sindicatos tanto têm ocorrido nas Câmaras, como em praças, escolas, espaços das feiras livres e das comunidades.

Segundo a entidade, cada iniciativa está sendo marcada pela presença de dezenas de pessoas, entre trabalhadores rurais, comerciantes, estudantes, religiosos, parlamentares, integrantes de movimentos sociais e da Ordem dos Advogados do Brasil e, em vários casos, contando também com a participação de gestores municipais.

Em muitas delas, as pessoas estão fazendo questão de assinar um abaixo-assinado contra as propostas do Governo Federal.

O vice-presidente da Fetape, Paulo Roberto, responsável pelo Setor de Políticas Sociais, conta que, dos 184 municípios de Pernambuco, mais de 50% já realizaram atos e audiência contra a Reforma da Previdência e a meta é atingir 100%. “A partir dessas mobilizações, as Câmaras de Vereadores estão compreendendo o papel importante que têm nesse momento da vida do País, aprovando, inclusive, resoluções, manifestações e moções contra essa proposta, que serão organizadas, juntamente com o abaixo-assinado, e entregues aos deputados que representam Pernambuco no Congresso Nacional”, explica. “Foram enviadas cartas aos prefeitos, e grande parte deles está sendo solidária a essa pauta dos trabalhadores, comprometendo-se em articular seus partidos contra essa Emenda.

Com tudo isso, esse Movimento ganha força e consegue derrubar os argumentos do governo, de que há um rombo na previdência, o que não é verdade”, complementa.