Com alarde, até o Diário Oficial do Ministério Público do Estado (MPPE) destacou, em sua primeira página da edição de 22 de março, que a Prefeitura de Ipojuca pode estar sendo usada, especialmente em seus cargos em comissão, para favorecer o candidato Carlos Santana (PSDB), na eleição suplementar de 2 de abril.

A cidade vem sendo administrada pelo vereador Irmão Ricardo (PTC), por força de decisão judicial que anulou a eleição de outubro.

Irmão Ricardo é aliado de Carlos Santana e como prefeito interino manteve quase todos os secretários de Carlos Santana.

Foram várias as acusações de suposto uso da máquina da Prefeitura pela chapa do PSDB, mas os tucanos sempre atribuíram as denúncias a “ataques de adversários”.

O que mudou foi o próprio MPPE registrar, em seu Diário Oficial, o suposto uso da Prefeitura para favorecer a chapa de Carlos Santana.

Em notícia de primeira página, o órgão oficial do MPPE informou sobre um acordo de Carlos Santana com seu candidato a vice João Vasconcelos da Silva.

Pelo acordo, segundo o texto do MPPE, o candidato a vice poderia “indicar pessoas para ocupar cargos públicos no município de Ipojuca sem a necessidade prestar qualquer contrapartida”.

Segundo o Diário Oficial do MPPE, o irmão do candidato a vice, Gentil Vasconcelos da Silva Filho, já tinha sido nomeado para cargo em comissão pelo prefeito interino, mas não teria prestado nenhum dia de expediente na Prefeitura. “Pelos documentos levantados pelo Ministério Público, o referido nomeado não exerce nenhuma função na Secretaria de Infraestrutura.

Além disso, em cumprimento a requisição ministerial, a Usina Trapiche SA enviou registro de empregado em nome do senhor Gentil Vasconcelos da Silva Filho, em que consta ser ele empregado da usina desde 16 de março de 1998, trabalhando em período integral e diariamente”, detalhou a promotora Bianca Stella Azevedo.

O prefeito interino já exonerou o irmão do candidato a vice de Carlos Santana em 16 de março.

Segundo o MPPE, os envolvidos continuarão a ser investigados pelos fatos, mesmo após a exoneração.