Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula na Lava Jato, reclamou, nesta sexta-feira, da produção cinematográfica “Policia Federal – A lei e´ para todos”, em fase avancada de filmagem, como noticiado por Veja e Folha de S.
Paulo.
O advogado diz que a proudlão faz parte de uma escalada dos ataques a pessoa de Lula, que agora atinge limite inimaginável. “O ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido o alvo preferencial e recorrente de acusações infundadas veiculadas pela mídia, com base em vazamentos orquestrados por alguns membros da Força Tarefa da Lava Jato com o único intuito de atacar sua honra e denegrir sua imagem.
Só pelos diversos veículos das Organizações Globo, conforme estudo científico por nós apresentado à ONU, foram 13 horas de exposição midiática negativa – o que equivale a 11% das edições do Jornal Nacional no período de março a outubro 2016.”, acrescentou.
Com a argumentação de que existem fatos inusitados que cercam a iniciativa, o advogado apresentou uma petição ao juízo da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba e ao Diretor Geral da Polícia Federal.
O advogado aposta uma suposta contradição. “Uma operacão de grandes proporcões (746 buscas e apreenso~es, 183 pedidos de cooperacão internacional, 155 acordos de colaboracão com investigados e 10 acordos com empresas) terá como cena principal, segundo noticiado, a reconstituicão da conducão coercitiva de Lula, sobre o qual não pesa condenacão judicial em nenhuma instância, em claro juízo de seletividade que visa macular sua imagem perante a sociedade”, diz.
O advogado também reclama que o financiamento do filme é mantido sob sigilo. “É “incomum no cinema” – conforme constatação do jornalista da Folha”. “Questionamos: a quem interessa financiar um filme que elege, seletivamente, como principal símbolo da atuação da PF no combate à corrupcão a ilegal conducão coercitiva de Lula, ignorando outros tantos fatos e pessoas que compoêm a história da referida operação?
A quem interessa macular a imagem do ex-presidente, justamente quando simulações de institutos de pesquisa o colocam em posição de destaque na disputa presidencial de 2018?”, reclama.
O defensor reclama que, para a gravação de cenas específicas, a imprensa noticia que os produtores tiveram acesso integral a filmagens realizadas pela Policia Federal no dia da condução coercitiva, quando o próprio juízo de Curitiba havia determinado que o evento “em hipótese alguma” deveria ser filmado. “Referido material também foi cedido à Veja, que reconheceu na reportagem ter tido acesso “a íntegra da gravacã, efetuada por meio de uma câmera digital acoplada ao uniforme de um agente da PF que participou da acão.
As primeiras cenas foram captadas antes mesmo de o sol nascer, na porta do edifício Hill House, em São Bernardo do Campo, onde vive Lula (…)”.
A petição solicita ao Diretor Geral da Polícia Federal que apure eventuais infrações administrativas, éticas e criminais cometidas por agentes policiais, além da veracidade das afirmações publicadas por Veja de que integrantes da PF teriam disponibilizado a terceiros vídeos gravados durante a condução coercitiva de Lula.
Também a veracidade da reportagem da Folha de que foram cedidos armas, uniformes, carros, helicópteros e aviões da PF para a gravação do referido filme.
No fim, também pede para saber quem são os financiadores do filme, “que buscam obter vantagem – patrimonial e/ou política – mediante a utilização de material ilegal”.