Nesta quarta-feira, o Senado aprovou a convocação do delegado responsável pela Carne Fraca, Maurício Moscardi, informou o líder da Oposição no Senado.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) acabou aprovando convite para que o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daielo, dê explicações no Senado sobre a conduta do subordinado.

Foram convidados ainda os ministros Blairo Maggi (Agricultura), Osmar Serraglio (Justiça), Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores) e Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços). “Se é verdade que só uma única amostra de carne foi analisada, isso é um escândalo. É um escândalo a tentativa de confundir: falar em colocar papelão dentro da carne se o papelão era a embalagem.

Se isso é verdade, pelo amor de Deus, se isso é verdade, o funcionário público que toma uma atitude de transformar isso em uma denúncia que pode ajudar a terminar de quebrar a economia brasileira faz uma ciosa muito grave”, declarou.

No discurso, o líder da Oposição fez questão de registrar que o delegado é o mesmo que, em entrevista recente, afirmou que o tempo para prender o ex-presidente Lula já passou.

Declarando-se preocupado com a recuperação econômica do país, o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), criticou, nesta terça-feira (21), a maneira como os investigadores anunciaram publicamente a Operação Carne Fraca, na última sexta-feira (21).

Desde a sua deflagração, o Brasil está sob forte pressão de países de diferentes continentes, que anunciaram restrições às importações brasileiras. “É necessário, neste momento, atenção total com a saúde pública, pois o alimento chega à mesa dos brasileiros todos os dias, e não só ao prato dos estrangeiros que consomem o produto.

Evidentemente, estamos diante de um sério problema de saúde pública.

Há, ao que parece, fortes evidências de crimes praticados por alguns frigoríficos.

E isso tem de ser apurado e punido com rigor.

Mas a forma como se conduziu a divulgação desses fatos é absolutamente questionável”, disparou.

O senador disse entender que houve pirotecnia no episódio, fato que se tornou comum, segundo ele, com a aparição de alguns agentes do Estado, que deveriam guardar sobriedade no exercício das suas funções e não ceder à tentação do narcisismo. “Muita gente aqui no Congresso Nacional bateu palmas e achou bonito quando muitas arbitrariedades e abusos de autoridade foram cometidos contra integrantes do governo anterior, do nosso partido e contra o próprio presidente Lula.

Pouquíssimos se manifestaram em relação a investigações mal feitas, a entrevistas e publicações apressadas sobre determinados casos, levando a problemas de altíssima gravidade e a prejuízos enormes”, ressaltou.