No programa Resenha Política, na Tv Jc, nesta quarta-feira, o secretário de Planejamento do Estado, Márcio Stefani, disse que o novo projeto de repatriação de recursos poderia ajudar o Estado com uma quantia próxima aos que se objete no ano passado, cerca de R$ 500 milhões, em duas parcelas, depois da briga que o governador Paulo Câmara promoveu no STF, com outros governadores, pela partilha de recursos com a União.

A repatriação de dinheiro não declarado e mantido no exterior por brasileiros foi uma medida proposta pelo governo da presidente Dilma e confirmada pelo Congresso Nacional no fim de 2015.

O Senado aprovou, nessa terça-feira (14), novo projeto de lei que reabre prazo para legalizar recursos de fora do país.

O líder da Oposição na Casa, Humberto Costa (PT-PE), entrou no assunto.

Segundo ele, a repatriação representará um socorro financeiro aos estados e municípios brasileiros que enfrentam uma crise fiscal de grande proporção.

A expectativa é arrecadar cerca de R$ 30 bilhões, a partir da cobrança de 15% de imposto e 20,25% de multa sobre o dinheiro a ser repatriado.

Desse total, a União entregará 46% aos entes federativos. “O governo de Pernambuco já demonstrou interesse em receber nova remessa de recursos da repatriação.

O estado esperava receber, antes das modificações feitas pelos deputados no texto, cerca de R$ 220 milhões”, contou Humberto Costa.

O parlamentar avalia que a repatriação proposta por Dilma revelou-se um instrumento bem sucedido de regularização de recursos, bens e valores, de origem lícita, cuja existência não tenha sido declarada aos órgãos públicos brasileiros.

Para o senador, diversos setores do mercado reconheceram o bom desempenho do programa, que recuperou aos cofres públicos cerca de R$ 50 bilhões a título de imposto de renda e multa. “Mas especialistas do tema entendem que o regime poderia ter tido ainda mais sucesso no que diz respeito ao número de adesões.

De fato, contribuintes alegaram possuir dúvidas em relação à abrangência e ao funcionamento do programa, não sanadas em tempo pela Receita”, ressaltou.

O novo prazo para a repatriação será de 120 dias, contado a partir da data em que a Receita Federal regulamentar a matéria.

Pelo texto, o patrimônio a ser declarado será aquele em posse do declarante em 30 de junho do ano passado, mesma data da cotação do dólar a ser considerada: R$ 3,21. “A manobra feita por alguns parlamentares para incluir parentes de políticos entre os beneficiados foi barrada, desde a sua origem, graças a uma iniciativa nossa.

Em novembro do ano passado, quando a proposta foi apreciada no Senado, ele apresentou um destaque ao texto para evitar que a repatriação de bens do exterior fosse estendida a esses familiares”.

A inclusão havia sido proposta pelo então líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), que recuou e aceitou a alteração.

Humberto chamou a medida de emenda “Cláudia Cruz”, esposa de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) investigada na Operação Lava Jato.

Ela teria utilizado dinheiro sujo do esquema de corrupção da Petrobras no exterior.