Após a oposição do governo Paulo Câmara (PSB) criticar a demora do Estado em responder às solicitações da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a Comissão de Cidadania realizará uma nova audiência pública, no próximo dia 27, para discutir a gestão das Organizações Sociais de Saúde (OSS) em Pernambuco.
Desta vez, a audiência terá a participação do secretário estadual de Saúde, Iran Costa, que prestará esclarecimentos sobre pontos levantados na última audiência de segunda-feira (13).
LEIA TAMBÉM » Oposição diz que o Estado não esclarece atuação de OSs da Saúde » Deputados repreendem Edilson Silva por convocar reunião fora do Regimento A data foi sugerida pelo líder do Governo, Isaltino Nascimento (PSB), onde será apresentado o Relatório de Gestão em Saúde referente ao último quadrimestre. “Gostaríamos de discutir esse tema o mais rapidamente possível.
Já que não foi consensual a proposta de tratarmos das OSS no mesmo dia da apresentação do relatório, para a qual a presença do secretário já estava confirmada, acredito que podemos inverter a pauta e deixar o balanço para outro dia”, afirmou.
Segundo o presidente da Comissão de Cidadania, deputado Edilson Silva (PSOL), “a audiência da última segunda-feira serviu como explanação do assunto, já que não houve representantes da Secretaria Estadual de Saúde”.
O psolista também adiantou que, com foco nas declarações do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e do Conselho Regional de Medicina (Cremepe), três aspectos serão tratados: a precariedade das relações trabalhistas, a transparência contratual e a qualidade do atendimento à população. » Edilson Silva rebate críticas de deputados sobre audiência pública Na audiência pública de segunda-feira (13), gerou polêmica quando o deputado Isaltino classificou a sessão de “ilegítima”, por considerar que a questão não seria da alçada da Comissão de Cidadania, tendo havido, portanto, desconsideração ao Regimento Interno da Casa, já que a Alepe tem uma comissão de Saúde.
Parlamentares da base governista também afirmaram que não foram convidados para a convocação.
Após as críticas, Edilson rebateu as acusações afirmando que os governistas estavam realizando “manobras burocráticas para tentar barrar o debate democrático de temas envolvendo o amplo interesse da sociedade na Casa”.
O deputado também afirmou que todos os parlamentares foram comunicados sobre a audiência. “Todos os deputados foram cientificados da audiência, no dia 13, antes da sessão, pelo meu assessor da comissão”, detalhou. » No Resenha Política, conselheira do TCE aponta irregularidades em OSs e Itaquitinga » Resenha Política: secretário diz que críticas às OSS são tentativa de desgastar o governo O caso sobre as OSS também criou desconforto entre a conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Teresa Duere e o secretário de Planejamento e Gestão do Estado, Márcio Stefanni.
Na última sexta-feira (10), em entrevista ao Resenha Política, a conselheira falou sobre a fiscalização das contas públicas.
Teresa apontou, inclusive, irregularidades na administração das unidades de saúde pernambucanas por organizações sociais.
Ao ser entrevistado também no Resenha Política nessa quarta-feira (15), o secretário saiu em defesa do modelo e disse que “há uma tentativa de criar um desgaste para a gestão socialista”.
Stefanni explicou que nessas acusações há a suposição de que a família do secretário Antônio Figueira (Casa Civil), ligada ao Imip, uma das organizações sociais, seria beneficiada. “O secretário não se intromete nos assuntos de saúde.
A saúde é tratada pelo dr.
Iran (Iran Costa, secretário de Saúde)”, afirmou. “Há um claro direcionamento ao se falar no Imip.
Por que não se fala na Santa Casa?”, questionou.
O secretário Márcio Stefanni ainda classificou o modelo de organizações sociais como “exitoso”. “Pernambuco é o único estado que licita as OSS.
São Paulo, que é tido como exemplo, aponta as OSS, é no dedo”, disse.
Ele ainda aproveitou para criticar a conselheira do TCE por falar sobre irregularidades. “Muito me estranha, no direito, que alguém que julga alguma coisa se pronuncie fora dos autos”, finalizou.