Em entrevista à Folha de S.

Paulo, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) abriu o livro para falar sobre a eleição presidencial 2018, Congresso, reforma da Previdência entre outros assuntos polêmicos.

Segundo o deputado, se ele for eleito para presidente em 2018, vai colocar militares em metade dos ministérios. “Se eu chegar lá um dia, vou botar militares em metade dos ministérios, gente igual a mim”, disse.

Sobre sua expectativa para a eleição de 2018, Bolsonaro afirma que defende bandeiras que os brasileiros tem gostado. “Quando vou para qualquer capital de Estado, tem no mínimo mil pessoas me esperando.

Tenho bandeiras que um presidente pode levar avante e o povo está gostando.

Quem sou eu na política perto de Serra, Aécio, Alckmin, Marina, Ciro?

Ninguém.

Sou um deputado que vocês chamam de baixo clero.

Só que não sou uma coisa antes das eleições e outra depois, disse. » Roberto Jefferson sai em defesa de Bolsonaro: É ameaça aos que temem enfrentá-lo Com 9% das intenções de voto, ele afirma ter apoio da Forças Armadas e auxiliares e do público evangélico e que não se deixa corromper depois das eleições. “Sou um deputado que vocês chamam de baixo clero.

Só que não sou uma coisa antes das eleições e outra depois”, diz.

Bolsonaro afirmou que não defende a tortura, mas que tem “métodos energéticos”. “Tem de ter métodos enérgicos.

Eu proponho, o Congresso aprova.

Ninguém é candidato para ser ditador”, disse.

Perguntado qual seria o método energético, ele explicou. “Qual o limite entre bater com energia?

Não tem limite.

O cara senta ali, faz a pergunta, ele responde.

Se não responde, bota na solitária.

Fica uma semana, duas semanas, três meses, quatro meses… problema dele.” » Desempenho em pesquisa abre ‘leilão’ de Bolsonaro “Dá comidinha para ele, dá.

Dá um negocinho para ele tomar lá, um pãozinho, uma água gelada, um brochante na Coca-Cola, tá tranquilo”, disse.

Durante a entrevista ele explica que “brochante” é “calmante, um ‘boa-noite, Cinderela’”.

Sobre violência, Jair Bolsonaro defendeu o porte de armas. “Você não combate violência com amor, combate com porrada, pô.

Se bandido tem pistola, (a gente) tem que ter fuzil”, declarou.

A Folha questionou ao deputado se ele não temia ser punido. “Por que seria?

Eu tenho imunidade para quê?

Sou civil e penalmente inimputável por qualquer palavra.

Posso falar o que bem entender, isso é democracia.

Já dei soco em alguém, dei tiro, dei coice?”, disse.

Bolsonaro é réu por incitação ao crime de estupro e injúria.

Sobre o caso, o deputado carioca disse que não se arrependia do que falou. “Não vou discutir.

Não é a imprensa nem o Supremo que vão falar o que é limite pra mim.

Vão catar coquinho, não vou arredar em nada, não me arrependo de nada que falei”, disse. » Turma do STF rejeita recurso de Bolsonaro em denúncia de incitação ao estupro » Bolsonaro se torna réu no STF por injúria e incitação ao estupro Ele foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) e em queixa-crime da deputada Maria do Rosário (PT-RS) por ter dito, durante um discurso no plenário da Câmara, há pouco mais de dois anos, que a petista “não merecia ser estuprada”.

Em entrevista no dia seguinte, além de manter a afirmação, acrescentou: “É muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria”.

Sobre o Congresso, ele diz que pode assumir qualquer coisa, desde que seja através do voto. “E tenho certeza que vai botar muito militar aqui dentro em 2018”, disse. » Bolsonaro tem quatro votos para a presidência da Câmara e derrota viraliza na internet Ele avaliou o governo Michel Temer (PMDB) e disse que a âncora da inflação é a perda do poder aquisitivo, não tem mérito do governo, que a legislação trabalhista é completamente “madrasta” para quem quer empregar e que é “completamente contra a reforma da Previdência. “Completamente contra. É um remendo de aço numa calça podre.

Está muito forte a proposta dele”, disse.

Ainda sobre Temer, ele disse que o presidente “está fazendo de tudo para se manter vivo”.

Bolsonaro declarou que não vai ajudar desestabilizar, mas que também não vota em tudo o que Temer quer. “Meu voto não é comprado”, completou.

Bolsonaro foi questionado se a vida de deputado é boa, e respondeu: “É o céu e o inferno.

Se bem que vai virar inferno na semana que vem, quando o nome do pessoal vem à tona (na lista de pedidos de inquéritos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base em delações da Lava Jato). https://www1.folha.uol.com.br/paywall/login.shtml?https://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/03/1865771-nao-e-a-imprensa-ou-o-stf-que-vai-falar-o-limite-pra-mim-diz-bolsonaro.shtml