Estadão Conteúdo - O executivo Márcio Faria, um dos delatores da Odebrecht na Operação Lava Jato, afirmou em audiência nesta segunda-feira (13), perante o juiz federal Sérgio Moro que o pagamento de propina era decidido “caso a caso”.

Márcio Faria prestou depoimento como testemunha de defesa do empreiteiro Marcelo Odebrecht.

Segundo o delator, a solicitação de propina em contratos entre a empreiteira e a Petrobras surgia “basicamente, na fase de licitação ou após a assinatura de contrato”. “Era solicitada caso a caso.

Cada contrato tinha sua história”, declarou.

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A reportagem teve acesso aos vídeos.

Márcio Faria afirmou que na diretoria de Serviços da Petrobras “quem cuidava disso era seu Pedro Barusco”, ex-gerente da estatal.

O delator disse que, “normalmente”, Barusco levava “o assunto” a outro empreiteiro da Odebrecht Rogério Araújo. “Isso era repassado para o pessoal de Operações Estruturadas (o ‘Departamento de Propina’ da empreiteira) que providenciava o pagamento seja em efetivo no Brasil ou no exterior em contas informadas”, narrou. » Um ano após Paulo Câmara romper contrato com Odebrecht, Arena Pernambuco ainda não voltou para gestão privada » Ex-diretor da Odebrecht delata caixa 2 a Aloysio Nunes » Padilha tinha 4 senhas para receber caixa 2 da Odebrecht Faria declarou que o Setor de Operações Estruturadas era “liderado pelo sr Hilberto Silva que tinha seus assessores Fernando Migliaccio e Luiz Soares”.

O Ministério Público Federal quis saber do delator como eram direcionados os pagamentos. “Eu não tinha a relação direta com o pessoal Operações Estruturadas.

Normalmente eu pedia a César Rocha, que trabalhava comigo, para providenciar”, contou. “A partir do momento em que eu informava, que eu dava o ‘de acordo’, eu saía do processo.”