Por Felipe Cury, em artigo enviado ao Blog de Jamildo A grande promessa de campanha do prefeito do Recife, Geraldo Júlio ainda não saiu do papel.

A urbanização da comunidade do Bode, localizada no bairro do Pina, Zona Sul da cidade, foi anunciada com muita repercussão na sua primeira disputa eleitoral em 2012.

Naquela campanha, o então candidato a prefeito, prometeu que na comunidade seriam construídos habitacionais e áreas de lazer para os moradores que residem ao lado da Via Mangue.

No entanto, nada disso foi feito durante todo o seu primeiro mandato.

Ano passado, a prefeitura cercou uma área do antigo terreno do Aeroclube e como informa a placa instalada no local, ali seriam construídos cerca de 100 apartamentos, com obra orçada em mais de 10 milhões de reais.

Apesar da promessa do prefeito, a construção de habitacionais na comunidade do Bode não é prioridade para prefeitura do Recife.

Esse projeto do Bode, que inicialmente era a urbanização da área, depois virou a construção de pouco mais de 100 unidades habitacionais e até agora não tem um tijolo colocado no canteiro de obras, mostra bem como a política habitacional foi e é tratada pela atual gestão: prioridade zero.

Ao longo da atual gestão, quatro secretários já passaram pela pasta de Habitação do Recife e nem os projetos recebidos da gestão anterior foram todos entregues.

A tendência é de piora, uma vez que a Secretaria de Habitação foi extinta na reforma administrativa aprovada no início deste ano e virou uma Secretaria Executiva.

Mesmo a prefeitura tendo entregue 1336 apartamentos desde 2013 no Recife, o número está muito aquém da necessidade da população.

O déficit habitacional estimado é de cerca de 60 mil moradias no Recife.

Somente no Bode, na gestão do PT, foram construídas cerca de 600 unidades habitacionais nos conjuntos Via Mangue I e II.

Famílias que moravam em palafitas na área foram beneficiadas. É quase a metade do total entregue pela gestão do PSB.

Também foi prometido um plano de habitação, que poderia prever a utilização de imóveis subutilizados na região central da cidade.

Contudo, até o momento não tenho conhecimento se foi finalizado este plano e se houve participação popular na sua construção.

Enfim, habitabilidade é e deve ser prioridade de qualquer gestão pública.

Gestor público e militante pela Reforma Urbana e Direito à Cidade no Recife.

O ativista já foi diretor de habitação da Prefeitura do Recife,