Com informações da Folha de S.

Paulo Em depoimento, o patriarca da Odebrecht, Emílio Odebrecht, declarou que o caixa dois, doação eleitoral não oficial para campanhas políticas, sempre existiu na empreiteira.

O depoimento do engenheiro, que é um dos delatores da Operação Lava Jato, foi por videoconferência nesta segunda-feira (13), ao juiz Sérgio Moro, como testemunha do filho, Marcelo Odebrecht, que está preso em Curitiba.

O conteúdo foi colocado em sigilo, mas o jornal Folha de S.

Paulo teve acesso ao material.

Segundo o jornal, Emílio Odebrecht disse ainda que este era “um modelo reinante”. “Na minha época, as coisas eram muito mais simples.

Não tinha a complexidade que a organização passou a ter, trabalhando em mais de 20 países e lidando com ’n’ negócios”, afirmou, de acordo com a Folha.

Antes haveria só um responsável por operacionalizar o pagamento dos recursos, seja para políticos ou para os partidos.

O empreiteiro se afastou da construtora em 2001, quando deixou a presidência da empresa.

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Emílio afirmou que nunca tratou diretamente com ele sobre pagamentos ilícitos, mas disse que “não tem dúvidas” de que pode ter sido um dos operadores do PT.

O nome de Palocci aparece ao lado do apelido “Italiano” na planilha encontrada no ano passado na casa do responsável pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht, considerado pelos investigadores da Lava Jato como o setor de pagamentos de propinas na construtora.

Mais de um ex-executivo da Odebrecht já afirmou à Justiça que Palocci era “Italiano”.

Segundo o advogado José Roberto Batochio, Emílio desconhecia se esse era o apelido do ex-ministro.