Estadão Conteúdo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que a Lava Jato causará impacto em “todos os partidos” e diz agora que o que chama de “exageros” da operação, somados ao desemprego e à crise econômica, tendem a produzir um movimento “queremista” por sua volta ao poder.
Pela primeira vez desde que virou réu na Lava Jato, Lula começou a chamar aliados para detalhar seus planos e admitir a intenção de disputar o Palácio do Planalto, tendo o comando do PT como ponto de apoio para ganhar mais visibilidade. “Para vocês posso dizer: eu serei candidato à Presidência da República”, afirmou ele à deputada Luciana Santos (PE), que comanda o PCdoB, e também a Orlando Silva (SP).
A conversa ocorreu na segunda-feira passada, em São Paulo. » “A eleição de 2018 já começou”, afirma Dilma na Suíça » Pré-candidato, Lula terá plano para a economia Lula já encomendou ao ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, a Luiz Gonzaga Belluzzo e a professores da USP, como Laura Carvalho, propostas para a confecção de um programa econômico, como antecipou o Estado.
O mote de sua plataforma será o estímulo ao consumo “com responsabilidade fiscal”.
Mesmo o tradicional aliado PCdoB, porém, já faz previsões para se descolar do PT, lançando o governador do Maranhão, Flávio Dino, à sucessão do presidente Michel Temer. » Pesquisa: Lula lidera com 30,5% dos votos em eventual disputa em 2018 Os petistas não têm Plano B para o caso de Lula ser impedido de disputar a Presidência, se for condenado na Justiça em segunda instância e virar ficha-suja.
Hoje, ele é alvo de cinco ações penais - três na Lava Jato -, mas, mesmo assim, lidera as pesquisas de intenção de voto. À beira de um racha, o PT tem alas que veem com simpatia o aval a Ciro Gomes (PDT), caso Lula não possa concorrer.
A adesão a Ciro, porém, ocorreria somente em último caso.
O grupo que defende essa alternativa quer uma “operação casada”, na qual o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad seria candidato a vice.
A hipótese nem de longe tem a maioria do partido.