Agência Senado - Está na pauta do plenário do Senado da próxima semana o projeto da repatriação de recursos do exterior.
O Senado analisará as mudanças feitas pelos deputados no texto proveniente da Casa.
A votação estava prevista para a última quarta-feira (8), mas foi adiada devido ao avanço da sessão especial do Dia Internacional da Mulher.
De acordo com a nova versão do projeto, o prazo para a repatriação passou de 38 para 120 dias, que serão contados a partir da data de regulamentação do tema pela Receita Federal.
O patrimônio a ser declarado será aquele em posse do declarante em 30 de junho de 2016.
A data prevista no texto que saiu do Senado era dezembro de 2015.
LEIA TAMBÉM » “Isso é uma discriminação”, diz FBC sobre exclusão de parentes de políticos da repatriação » Senado dará prioridade à repatriação e securitização das dívidas, diz Eunício » Câmara aprova emenda para proibir parentes de políticos de aderir à repatriação A tributação total também mudou.
Enquanto a primeira versão aprovada no Senado previa 17,5% de Imposto de Renda e 17,5% de multa, o novo texto estabelece 15% de imposto e 20,25% de multa.
Dos valores arrecadados com a multa, 46% serão repartidos com os estados e os municípios por meio dos fundos de participação (FPE e FPM).
O texto antigo previa 49%.
Polêmica Um dos pontos mais polêmicos do projeto era a autorização para que cônjuges e parentes de políticos com mandatos aderissem ao programa.
A lei em vigor proíbe a adesão por parte de detentores de cargos, empregos e funções públicas de direção ou eletivas, bem como a de seus cônjuges e parentes até segundo grau.
O Senado alterou esse trecho detalhando os cargos eletivos — presidente da República, senador, deputados federal, estadual e distrital, governador, prefeito e vereador — e os agentes públicos atingidos pela vedação, mas retirando do texto a proibição a cônjuges e parentes.
Na Câmara, o relator, deputado Alexandre Baldy (PTN-GO), manteve a redação dada pelos senadores e acrescentou um trecho para convalidar a permissão de adesão por parte de cônjuges e parentes.
Na votação em Plenário, os deputados decidiram retirar do texto as alterações feitas pelo Senado e pelo relator para manter intacto o artigo da lei que proíbe a adesão tanto por parte de mandatários e agentes públicos quanto por parte dos respectivos cônjuges e parentes até segundo grau.
PECs A pauta também tem duas propostas de emendas à Constituição (PEC).
A PEC 61/2015, da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), possibilita emendas individuais ao projeto da lei orçamentária anual da União para repasse de recursos diretamente ao Fundo de Participação dos Estados (FPE) e ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). » “Não haverá dúvida sobre divisão de multa a Estados em nova repatriação”, diz Temer » Repatriação garante meta fiscal de 2016, mas cenário para 2017 preocupa » “Emenda Cláudia Cruz é responsabilidade do PT”, diz Jucá sobre repatriação A PEC vai para sua quinta e última sessão de discussão de primeiro turno.
De acordo com a Constituição, para concluir a votação de uma PEC são necessários dois turnos de discussão e votação, com apoio favorável de pelo menos três quintos dos senadores em cada um deles.
São cinco sessões de discussão no primeiro turno e, no segundo, são feitas três sessões de discussão.
Se aprovada, a PEC seguirá para a análise na Câmara dos Deputados.
Também consta da pauta a PEC 111/2015, do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que veda a edição de medidas provisórias que gerem desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos.
Reunião O presidente do Senado, Eunício Oliveira, informou que haverá reunião de líderes na terça-feira (14), às 11h.
Assim, outras matérias poderão ir a Plenário já na terça, a depender da decisão dos líderes.