Estadão Conteúdo - Em mais um embate com os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (10), durante audiência da Lava Jato, o juiz Sérgio Moro afirmou que o criminalista Cristiano Zanin Martins estava fazendo “propaganda política” do governo Lula e, por isso, vetou uma pergunta dele ao ministro da Fazenda Henrique Meirelles - arrolado pela defesa do petista na ação penal do caso tríplex. “Pelos elementos que o sr. tem, o governo do presidente Lula foi um governo que trouxe benefícios ao País e não um governo que tenha buscado benefícios pessoais para os governantes e pessoas do alto escalão do governo?”, indagou o advogado, na tentativa de rebater a tese da Lava Jato de que houve um grande esquema de corrupção orquestrado por Lula em seus mandatos presidenciais (2003/2010).

LEIA TAMBÉM » Em gravação, Moro ironiza advogado de Lula » “O sr. respeite o juízo!”, ordena Moro a advogado de Lula O magistrado vetou a pergunta, sob argumento que Zanin estava buscando ouvir opinião do ministro. “Ele (Meirelles) responde sobre fatos apenas”, disse Moro. “A impressão é que a defesa está fazendo propaganda política do governo anterior.

Não é apropriado, aqui existe um objeto de acusação bem delimitado.

Fica indeferida a pergunta.” » Meirelles diz não ter presenciado nada ‘ilícito ou ilegal’ durante o governo Lula Zanin negou. “Propaganda política não estou fazendo, excelência.

Até porque eu sou advogado e não cabe a mim fazer nenhum tipo de consideração de natureza política.

Eu só estou enfrentando a acusação difusa que o Ministério Público lançou nos autos.” » Defesa de Lula protagonizou 29 discussões em 1ª audiência com Moro » Temer inaugura Transposição, mas moradores de Monteiro agradecem a Lula Em sua última intervenção, o defensor questionou Henrique Meirelles se ele “teve conhecimento de algum elemento concreto que pudesse indicar a presença de uma estrutura criminosa de poder durante o governo do presidente Lula que tivesse o presidente Lula como comandante dessa estrutura criminosa”. “Eu não tive acesso a nenhum tipo de informação sobre isso, inclusive, porque não era o papel do Banco Central”, declarou o ministro da Fazenda. » Advogados de Lula voltam a criticar Sérgio Moro, um ano após condução coercitiva » PF sugere que Lula, Dilma e Mercadante sejam denunciados em 1ª instância No fim da audiência, Moro brincou com Meirelles. “Sr. ministro, agradeço mais uma vez a disposição de Vossa Excelência para responder essas questões.

Sei que o tempo de Vossa Excelência é muito valioso, mas o Juízo também não tem perguntas a Vossa Excelência.

Teria perguntas sobre Economia, mas não é o momento apropriado, está fora do objeto do processo.

Deixamos para uma outra oportunidade eventualmente.”