Na véspera da visita à cidade de Monteiro, na Paraíba, para acompanhar a chegada da Transposição do Rio São Francisco ao estado, o presidente Michel Temer (PMDB) decidiu adicionar mais uma cidade ao roteiro: Sertânia, no Sertão pernambucano. É nesse município que fica o reservatório de Barreiros, que teve um vazamento há uma semana.
O peemedebista faz a terceira visita ao projeto em três meses nesta sexta-feira (10).
De acordo com o colunista Romoaldo de Souza, da Rádio Jornal, Temer embarca de Brasília para Campina Grande, na Paraíba.
De lá, vai a Sertânia, em seguida a Monteiro, voltando à primeira cidade paraibana para retornar à capital federal.
LEIA TAMBÉM » Com visita de Temer, água da Transposição chega à Paraíba na sexta » Após cobrar paternidade, Lula programa visita às obras da Transposição » Temer visita pela terceira vez obras da Transposição no Nordeste A previsão inicial era que Temer fizesse a sua terceira visita às obras em três meses nesta quinta-feira (9), mas, nessa segunda-feira (6), o ministro Helder Barbalho (Integração Nacional) vistoriou o reservatório de Barreiros, no Sertão pernambucano, que teve um vazamento na semana passada, e anunciou que a água só chegaria à Paraíba no sábado (11). » Vazamento em barragem da Transposição em Sertânia é controlado » Cerca de 60 famílias foram removidas após vazamento na Transposição Antes ir para o estado vizinho, a água chegou no último dia 24 ao município pernambucano de Sertânia, onde fica a barragem que apresentou vazamento.
De lá, a água passou por mais dois reservatórios e um túnel antes de chegar ao açude de Poções, em Monteiro, já na Paraíba.
Depois, a água seguirá pelo Rio Paraíba até o reservatório Boqueirão, para reforçar o abastecimento em Campina Grande.
Mas a agenda de Temer nessa cidade não está relacionada à Transposição, e sim à assinatura de uma ordem de serviço para obras na BR-230.
A chegada da água a Sertânia foi marcada por uma visita de Helder Barbalho com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Através da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), o tucano, que tem planos de se candidatar à presidência, cedeu bombas para o projeto.
Alckmin é só um dos nomes que usam a estratégia de ficar ligados à transposição. » Lula cobra paternidade da Transposição do São Francisco após visitas de Temer e Alckmin » Transposição: restam 53 km para água chegar a Monteiro, na Paraíba Outro é o próprio Temer.
Com baixa popularidade – a avaliação positiva do governo baixou para 10,3% na última pesquisa CNT/MDA, divulgada em fevereiro -, a conclusão da transposição é usada pelo peemedebista para tentar alavancar a imagem positiva no Nordeste, que tem áreas atingidas pela seca há mais de cinco anos.
De olho na movimentação dos dois, o ex-presidente Lula (PT) tem investido na comunicação e na militância para também se aproximar da obra, iniciada em 2007, no seu segundo mandato.
A transposição era esperada desde o período do Império e foi promessa dos presidentes anteriores ao petista.
De olho nos créditos por ter iniciado a obra, Lula tem divulgado vídeos nas redes sociais e, no último sábado (4), o líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE) levou prefeitos petistas para a transposição para exaltar a imagem de Lula.
Em discurso recheado de críticas a Alckmin e Temer, Humberto ainda anunciou que o próprio ex-presidente vem a Pernambuco e à Paraíba ainda este mês.
De acordo com o Ministério da Integração Nacional, 96,89% do eixo leste estão concluídos até agora.
Em maio, quando Temer assumiu a presidência ainda interinamente, antes da consolidação do impeachment de Dilma Rousseff (PT), a obra estava com 84,4% de conclusão nesse trecho. » Parado, trecho do eixo norte da transposição sai este ano, promete Temer » MPF na Paraíba faz acordo com órgãos responsáveis pela Transposição » Em Floresta, Temer aciona terceira estação de bombeamento do eixo leste da transposição No eixo norte, mais problemático por estar com obras paradas há mais de seis meses em um trecho, 94,52% estão concluídas.
Porém, não há previsão prática para retomar a construção - embora o ministério espere assinar o contrato ainda este mês e Temer tenha prometido entregá-lo até o fim do ano.
Envolvida na Operação Lava Jato, a Mendes Júnior abandonou o canteiro alegando dificuldade de obter crédito e a licitação para escolher a nova empreiteira está em andamento.
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