Em depoimento Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar relatou que o ex-ministro Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff (PT) em 2014, sugeriu que a empreiteira doasse R$ 30 milhões por meio de caixa dois.
Segundo o delator, o dinheiro pago foi usado para comprar o apoio de partidos que integraram a coligação “Com a Força do Povo”, da chapa Dilma-Temer.
Segundo a Folha de S.
Paulo, Edinho Silva destacou que a ideia de fazer a doação por meio de caixa dois partiu do próprio tesoureiro da campanha.
As informações também constam na delação premiada de Alencar.
Leia Também » Temer pediu apoio financeiro da Odebrecht ao PMDB, reafirma ex-executivo » Marcelo Odebrecht confirma caixa 2 para a chapa Dilma-Temer Apontado como um dos funcionários da Odebrecht mais próximos ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao ex-presidente Lula, o ex-diretor foi o principal responsável por detalhar o esquema de compra de apoio para aumentar o tempo de televisão da coligação vencedora da eleição.
Procurado, Edinho Silva negou qualquer irregularidade. “Essa é uma tese para criminalizar a campanha da presidente Dilma.
Todas as coligações são ideológicas, as da campanha Dilma não compra de tempo?
Absurdo.
Nunca pedi doações não fossem legais”, afirmou. » Odebrecht pagou R$ 4 milhões ao PDT para apoiar a chapa Dilma-Temer, diz o executivo da empreiteira » Ex-executivo da Odebrecht diz que ‘Fluminense’ era a senha para repasse ao PDT “Por que pediria doações para partidos que não fossem legais?
Qual a diferença isso faz para a campanha de Dilma?
Uma acusação mentirosa que não ficá ’em pé’ como a Andrade Gutierrez que se mostrou mentirosa”.
Depoimentos Além de Alexandrino Alencar, o ex-vice-presidente de Relações Institucionais Cláudio Melo Filho e o ex-funcionário do setor de operações estruturadas, área de pagamentos ilícitos do grupo, também foram ouvidos pelo TSE.
O terceiro dia de depoimentos no TSE foi marcado por tensão em relação aos vazamentos da semana passada, nas audiências anteriores.
O ministro do TSE, Herman Benjamin, falou explicitamente sobre sua irritação com a quantidade de informações que foram veiculadas na imprensa e alertou para que não se repetisse.
Um dos depoentes, Alexandrino Alencar também abordou o tema e reclamou da exposição dos delatores.
Diferentemente das outras oitivas, os ex-executivos da Odebrecht e seus advogados tiveram que deixar os celulares desligados durante todo o período de audiência.
Eles também não puderam ter contato uns com os outros.
Inicialmente, vários defensores que acompanhariam seus clientes foram impedidos de entrar para ouvi-los.
Posteriormente, no entanto, Herman Benjamin acabou liberando a entrada.
As audiências começaram 17h30 e terminaram por volta de 22h30.