O governo dos socialistas tenta usar a efeméride dos 200 anos da revolução pernambucana para mudar o disco, deixar de falar apenas de agenda negativa, enquanto injeta alguma melhora na estima do pernambucano, mas a oposição não dá sucesso.
O deputado federal Sílvio Costa, que planeja um cargo majoritário em 2018 com a ajuda do PT, acaba de escrever um artigo usando o mote para ataques sutis aos adversários eleitorais.
HÁ 200 ANOS, A PERNAMBUCANIDADE!
Por Sílvio Costa, em artigo enviado ao Blog de Jamildo Excesso de impostos e tributos, número de cargos públicos acima do necessário, crise econômica atingindo de forma especial a Capitania de Pernambuco, crescente sentimento popular pelo rompimento com as estruturas monárquicas, absolutistas e familistas em Pernambuco e a miséria agravada pela seca.
Citamos o ano cristão de 1817, não 2017.
Situações e circunstâncias coincidem ao longo da história, mas só se repetem como tragédia à primeira vez ou como farsa à segunda vez, como interpretou Karl Marx.
Há 200 anos, em 6 de março de 1817, Pernambuco rebelou-se contra a Coroa portuguesa que sangrava a Capitania com a cobrança de impostos.
Há dois séculos, a liberdade era um sonho.
A independência, uma rebeldia.
A história da Revolução Pernambucana é a história de um povo marcado pela luta por liberdade.
Da guerra contra os holandeses (1645 a 1654) aos movimentos por independência e de desobediência à Coroa Portuguesa, que se anteciparam a 1817; dos Mascates aos movimentos revolucionários do século XX, como em 1930 e 1935.
O pernambucano é - em analogia com o conceito de Euclides da Cunha sobre o sertanejo nordestino, na obra Os Sertões -, antes de tudo, um revolucionário.
A Revolução Pernambucana foi uma revolta libertária, um dos mais importantes movimentos sociais pela emancipação no Brasil colonial, pela conquista da independência em relação a Portugal, pela implantação de um regime republicano e por uma constituição liberal.
O governo da Capitania de Pernambuco, ainda uma das mais ricas do Brasil colônia, era obrigado a remeter ao Rio de Janeiro somas de dinheiro dos impostos para custear salários, comidas, roupas e festas da Corte portuguesa pernambucana e a manutenção da iluminação pública do Rio de Janeiro.
Os gastos da Família Real - instalada com o príncipe regente Dom João VI no Rio de Janeiro, desde 1808 -, mais o excesso de portugueses em cargos públicos, a corrupção dos costumes, a crise econômica na região e a fome e a miséria ampliadas pela seca de 1816 foram caldo para a revolução.
Falamos de 1817, não de 2017.
A insatisfação acumulada do povo com a corrupção e a vida nababesca da Corte e pelas dificuldades dos brasileiros comuns, aliaram-se os ideias da Revolução Francesa (1789) que havia liquidado a monarquia absolutista e os privilégios da nobreza.
As primeiras medidas dos revoltosos, para conquistar a adesão dos pernambucanos, foram exatamente baixar impostos, libertar presos políticos e aumentar o salário de militares da Capitania (as capitanias seriam extintas em 1821).
A repressão ordenada por D.
João VI derrotou os revoltosos após 75 dias de embates.
A fama de povo rebelde e revolucionário, porém, está consolidada na história de Pernambuco.
Sete anos depois, efeito de 1817, viria a Confederação do Equador, movimento também separatista e republicano que abrange parte do Nordeste, irradiado da província de Pernambuco.
Dois anos depois da proclamação da Independência por Dom Pedro I (1822-1831), o primeiro imperador.
Sílvio Costa - deputado federal e vice-líder da oposição na Câmara Em solenidade presidida pelo governador Paulo Câmara no Palácio do Campo das Princesas, o movimento histórico e sua simbologia foram exaltados como destacada e inspiradora passagem da história de Pernambuco e do Brasil.
O ato foi o primeiro de uma série de atividades em celebração ao ideal iluminista e à contribuição dos pernambucanos e nordestinos ao processo de separação da Coroa Portuguesa. “Os valores fundamentais da liberdade e da justiça social e o espírito autonomista marcaram a abertura das comemorações do Bicentenário da Revolução de 1817.
São símbolos e cenários que nos estimulam a estar aqui, em data tão marcante.
E certamente nos fazem refletir sobre os legados da Revolução Republicana de 1817 que permanecem vivos até hoje.
Afirmam-se no espírito autônomo e insubordinado dos pernambucanos, na luta de gerações contra o arbítrio e na defesa do Brasil como nação independente", disse o governador Paulo Câmara.
No primeiro momento do evento, foi realizado o hasteamento das bandeiras do Brasil, de Pernambuco e da Insígnia do Governador, seguido do desfile cívico-militar da Polícia Militar de Pernambuco, do Corpo de Bombeiros e do Grupo da Maçonaria.
Em seguida, Paulo Câmara foi até o Monumento aos Hérois da Revolução Pernambucana de 1917 - escultura de Abelardo da Hora - localizada na Praça da República, para colocar uma coroa de flores.
Na oportunidade, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem aos mártires do movimento.
O segundo momento da cerimônia foi marcado pela entrega das medalhas em homenagem aos ex-governadores de Pernambuco.
Foram agraciados com a comenda João Lyra Neto, Jarbas Vasconcelos, Joaquim Francisco, Gustavo Krause, José Ramos (representado por Gustavo Paes de Andrade) e Roberto Magalhães.
Entre as personalidades e entidades que receberam as medalhas estão a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na pessoa do presidente, Guilherme Uchoa; a Câmara do Recife, pelas mãos do presidente, Eduardo Marques; a Academia Pernambucana de Letras, cuja representante foi a presidente da instituição, Margarida Cantarelli; o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, representado pelo presidente, George Cabral.
Também foram agraciados Janduhy Fernandes Cassiano Dinis, Grão Mestre da Grande Loja Maçônica de Pernambuco; Antonio do Carmo Ferreira, Grão Mestre do Grande Oriente de Pernambuco e Fernando Coelho; coordenador-geral da Comissão da Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CMVDHC); e Adalberto de Oliveira Melo, presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco em exercício.
Membro da Comissão Organizadora do Bicentenário da Revolução de 1817, José Luis da Mota Menezes falou em nome da grupo e agradeceu pela missão de fortalecer a memória de um dos movimentos mais importantes da história do País. “A convivência com os integrantes me fez estudar novamente sobre a Revolução e nos fez, na medida do possível, ajudar na comemoração dessa grande data”.
José Luis explicou que o movimento, mais do que apenas pernambucano, tomou dimensões nacionais. “Na realidade, é uma revolução republicana, pois não tem o teor apenas de Pernambuco, mas do Nordeste e, mais na frente, teve um teor mais forte em relação ao Brasil”, afirmou.
Estiveram presentes na cerimônia o prefeito do Recife, Geraldo Julio, os secretários de Defesa Social, Ângelo Gioia; da Casa Civil, Antônio Carlos Figueira; Desenvolvimento Social, Criança e Juventude e de Habitação, Roberto Franca; de Ciência e Tecnologia, Lúcia Melo; de Educação, Fred Amâncio; de Cultura, Marcelino Granja; da Mulher, Silvia Cordeiro; da Saúde, Iran Costa; de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico; de Agricultura e Reforma Agrária, Nilton Mota; e o chefe de Gabinete, João Campos.
Também participaram do evento o chefe da Casa Militar, Coronel Eduardo Pereira; o chefe de Gabinete de Projetos Especiais, José Neto; Renato Thiebaut, à frente do Gabinete de Assuntos Estratégicos; o procurador-geral do Estado, César Caúla; o comandante da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), Vanildo Maranhão; e o comandante do Corpo de Bombeiros, Manoel Cunha.
Ainda estiveram na cerimônia os deputados estaduais Aluisio Lessa, Teresinha Nunes, Laura Gomes, Tony Gel e Waldemar Borges, além do reitor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Padre Pedro Rubens.
Os cônsuls Durvalino Andreotti (Bulgária), Jaime Hernando (Argentina), Jiri Jodas (República Tcheca), Li Feiyue (China), Maria Regueira (Alemanha), Yasuhiro Mitsui (Japão) e Paloma Gonzalez (Estados Unidos) também foram à solenidade.