Em peça assinada por cinco advogados, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) respondeu a denúncia feita pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, na Lava Jato.

A principal acusação do MPF contra o senador, é o suposto recebimento de cerca de 20 milhões em alegada propina, em troca de supostos benefícios tributários para empresas que atuavam em Suape e em obras da Petrobrás em Pernambuco.

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Com quadros comparativos, os advogados do senador demonstram que o ex-diretor e delator deu versões contraditórias em seus depoimentos.

Defesa de FBC no STF Na peça, uma das defesas do senador foi que não podia ser responsabilizado, pois os protocolos e leis que autorizaram os benefícios destas empresas foram autorizados pelos governadores Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Mendonça Filho (DEM). » Janot denuncia Fernando Bezerra Coelho e comprador do avião de Eduardo Campos ao STF » Campanha de Eduardo Campos recebeu R$ 20 milhões ilegalmente, diz PF “Observa-se, diante do quadro esquemático apresentado, que o memorando de entendimento e lançamento da pedra fundamental, termo de compromisso, termo de compensação ambiental e 1o aditivo ao termo de compromisso deram-se ainda em 2005, muito antes, portanto, da data imputado ao codenunciado na inicial acusatória.

Essencial, nesse passo, trazer à baila o memorando de entendimento outorgado pelo Governador Jarbas em 2005”, diz os advogados de Fernando Bezerra Coelho sobre a participação do governo Jarbas nos incentivos fiscais questionados por Janot. » Turbulência: MPF diz que Eduardo Campos era ‘cliente’ de esquema operado por denunciados » Dono de jato de Eduardo Campos fecha delação premiada Também sobre o ex-governador Mendonça Filho, a defesa aponta que foram concedidos incentivos fiscais às empresas questionadas na denúncia criminal do MPF. “Observa-se que a lei que cria o incentivo estadual para refinaria de petróleo e o decreto que a regulamenta são oriundos do governo de JOSÉ MENDONÇA BEZERRA FILHO, época que o codenunciado, como já sobredito, exercia cargo eletivo de prefeito de Petrolina”, responde a defesa de Fernando Bezerra Coelho sobre incentivos dados pelo governo Mendonça. » Dois anos depois de acidente que matou Eduardo Campos, inquérito ainda não foi concluído » Turbulência: Consultor revela que empresário tentou usar segunda empresa para comprar avião que vitimou Eduardo Campos, diz MPF » Empresa de terraplenagem na Refinaria Abreu e Lima é o elo entre esquemas da Lava Jato e Operação Turbulência A defesa de Fernando Bezerra Coelho frisa, mais de uma vez, que os atos questionados pelo MPF foram praticados antes do PSB assumir o governo. “Os incentivos fiscais e memorial de entendimentos entre o Governo de Pernambuco em muito antecedem a ascensão do codenunciado FERNANDO BEZERRA DE SOUZA COELHO a qualquer função no Governo do Estado.

O acusado restou nomeado Secretário de Desenvolvimento Econômico somente em janeiro de 2007, dois anos após a outorga do memorial de entendimentos”, diz a defesa do senador, na página 40 do documento.

O documento foi obtido com exclusividade pelo Blog de Jamildo.