O Ministério da Integração Nacional, responsável pelas obras da Transposição do Rio São Francisco, informou nesta segunda-feira (6) que a empresa que havia apresentado o menor preço para concluir o trecho do eixo norte que está com obras paradas foi desabilitada.

A construtora Passarelli Ltda. havia proposto terminar o empreendimento por R$ 442,21 milhões, mas não atendeu aos critérios da licitação.

O trecho é entre Cabrobó, no Sertão pernambucano, e Jati, no Ceará.

A empreiteira que cuidava da obra era a Mendes Júnior, que pediu para deixar o canteiro há mais de seis meses, alegando dificuldade para obter crédito.

A construtora é uma das envolvidas na Operação Lava Jato.

No eixo norte, segundo o ministério, 94,52% das obras estão concluídos e a expectativa é de entregar essa etapa até o fim do ano.

LEIA TAMBÉM » Menor preço para concluir eixo norte da Transposição foi de R$ 442,21 milhões » Parado, trecho do eixo norte da transposição sai este ano, promete Temer O processo de licitação para substituir a Mendes Júnior continua esta tarde, em Brasília.

Agora serão analisadas as outras empresas que estavam na licitação.

A Passarelli, desabilitada, havia apresentado um valor de 23% sobre o preço máximo fixado pelo edital.

O que havia sido estabelecido pelo Ministério da Integração Nacional era de R$ 574,30 milhões.

A segunda colocada, a Marquise S.A. apresentou um preço de 17,01%.

Em seguida vieram: Emsa Construtora (9,8000%), Ferreira Guedes S.A. (9,6200%), S.A.

Paulista (5,0001%), Alka Brasil (0,0001%) e Serveng (0,0001%).

O trecho é entre Cabrobó (PE) e Jati (CE).

A documentação de cada uma delas será analisada até chegar a uma que atenda a todas as exigências do edital. » Vazamento em barragem da Transposição em Sertânia é controlado » Lula cobra paternidade da Transposição do São Francisco após visitas de Temer e Alckmin O problema da Passarelli foi sobre a instalação e a montagem de uma estação de bombeamento com vazão mínima de 7,0 metros cúbicos por segundo, uma das exigências.

Para demonstrar a capacidade de executar o serviço, a empresa apresentou um atestado que incluía um somatório de vazões, o que não poderia ser considerado.

A empresa ainda tentou impugnar o edital, mas não foi atendida. “Em função de tratar-­se de substituição de uma empresa anteriormente contratada, em cujo processo licitatório foram exigidos como requisitos técnicos em estação de bombeamento apenas vazão mínima de 7,0 m³/s, por coerência, não se poderia fazer exigência diferente”, diz o relatório do Ministério da Integração Nacional que desabilitou a construtora.

Eixo leste da transposição O presidente Michel Temer (PMDB) prepara uma visita ao outro trecho da obra, o eixo leste.

A viagem do peemedebista é a terceira em três meses e faz parte de uma estratégia para ligar o nome dele às obras de segurança hídrica para o Nordeste, com o objetivo de melhorar a sua popularidade.

O ex-presidente Lula (PT) tem cobrado a paternidade da transposição e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), possível candidato em 2018, emprestou um conjunto de bombas através da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e fez uma visita para marcar espaço na obra. » Temer volta ao Nordeste dia 9 para inaugurar Transposição na Paraíba » MPF diz que “é difícil” água da Transposição chegar à Paraíba agora A última visita de Temer foi a Floresta, no Sertão pernambucano, no fim de janeiro.

Lá, prometeu concluir o eixo leste até o fim do semestre e o norte até o fim do ano.

Também anunciou a ordem de serviço para os projetos do Ramal do Agreste, obra essencial para levar a água do eixo leste a essa região de Pernambuco, atingida pela seca há mais de cinco anos.

O presidente agora vem para vistoriar a chegada da água ao açude de Poção, no município de Monteiro, na Paraíba.