Estadão Conteúdo - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, não quis comentar a citação de seu nome no depoimento de Marcelo Odebrecht ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta semana.

Em visita a uma unidade do Senai no bairro Santo Amaro, na capital Paulista, Skaf disse neste sábado (4) a jornalistas que os impactos políticos causados pelas delações e denúncias de irregularidades em campanhas de 2014 não devem superar a busca pelo crescimento econômico. “Problema do governo é do governo, cada um com seus problemas.

A minha preocupação é ajudar para que o País retome o crescimento econômico”, disse Skaf, quando perguntado sobre os fatos divulgados nesta semana com os depoimentos de delatores à Justiça Eleitoral no processo que julga a chapa Dilma-Temer.

Filiado ao PMDB e candidato ao governo do Estado em 2014, Skaf teria pedido R$ 6 milhões em doação da Odebrecht para a campanha, segundo Marcelo Odebrecht falou ao TSE.

O dinheiro teria sido acertado como parte da doação de R$ 10 milhões acordada entre a empresa e o PMDB, presidido na época pelo então candidato a vice-presidente Michel Temer. » Odebrecht doou ao menos R$ 40 mi em caixa 2, diz BJ Durante a semana, Skaf divulgou uma nota dizendo que todas as doações recebidas pela campanha ao governo de São Paulo estão devidamente registradas na Justiça Eleitoral e que nunca pediu e nem autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição de campanha que não as regularmente declaradas.

Skaf, que se encontra constantemente com Temer quando o presidente está em São Paulo, afirmou neste sábado (4) que não conversou com o presidente sobre os fatos divulgados nesta semana. “Não conversei sobre os fatos desta semana.

Aliás, todas as semanas têm fatos, então na verdade não vejo assim grandes novidades”, disse. » Odebrecht diz que “Departamento de propina” pagava milícias Os fatos narrados por Odebrecht complementam informações de delações premiadas de executivos e ex-executivas da empresa no âmbito da Operação Lava Jato. “Esperamos que a Lava Jato ou qualquer outra operação cumpra seu papel principal, que é punir aqueles que merecem, que deram motivo, que são criminosos, sejam corruptos ou corruptores”, disse Skaf.

O presidente da Fiesp afirmou que espera que o mundo político encontre seu “caminho” no desenrolar deste ano, permitindo a retomada do crescimento na economia. “Não devemos ficar por conta só de assistir questões políticas e esquecer da economia e do emprego.” » ‘Eu era o otário do governo; eu era o bobo da corte’, diz Odebrecht Sobre uma eventual candidatura em 2018, o peemedebista se reservou a falar que não está pensando nisso agora e que vai deixar essa discussão para o próximo ano.