Em entrevista no Resenha Política, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, criticou o governador Paulo Câmara (PSB), que tem cobrado de Michel Temer (PMDB) ações maior participação no problema da segurança pública em Pernambuco. “Não tiro a responsabilidade do governo federal”, disse. “Mas ninguém assalta ônibus com fuzil, ninguém assalta no sinal dos centros urbanos com fuzil.” Diante do aumento da violência no Estado, Paulo Câmara afirmou que iria cobrar a Temer ações de inteligência contra o crime organizado e contra o contrabando de armas e o tráfico de drogas nas fronteiras. “Eu acho que ele pode transferir uma responsabilidade de uma parte da insegurança na questão do crime organizado, mas a ponta não esta no crime organizado”, argumentou Bruno Araújo. “Há a necessidade de organizar o aparelho de segurança.

Há nitidamente um problema de segurança, com questões que não têm nada a ver com controle de fronteira”, acrescentou.

Bruno Araújo definiu Paulo Câmara como um “homem de bem, dedicado”. “Mas evidentemente, com a morte do governador Eduardo Campos, o PSB perdeu a sua principal liderança, que catalizava as divergências”, afirmou. » Assista à íntegra do Resenha Política com Bruno Araújo: O Pacto pela Vida, principal programa de segurança pública do Estado, foi implantado no primeiro governo do socialista e teve resultados positivos até o fim da gestão dele.

O ministro fez a comparação para criticar a atual política. “Quase mil mortes é um número de guerra civil.

Não adianta tapar os olhos”, afirmou.

Para Bruno Araújo, embora tenha funcionado, o Pacto pela Vida precisa de ajustes, discurso adotado por opositores de Paulo Câmara como o senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE).

Na entrevista, o ministro ainda foi questionado sobre a sua opinião em relação às associações de policiais militares, que ameaçaram paralisar as atividades durante o Carnaval e estão em ‘operação padrão’, sem cumprir jornadas extras, desde dezembro.

Bruno Araújo foi incisivo ao afirmar que a política não deve estar na polícia. “Política na policia é para segurança pública, não a prática política dentro da instituição.”